ATA DA NONAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
13-10-2011.
Aos treze dias do mês de outubro do ano de dois mil
e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José
Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, Lurdes da Lomba, Maria Celeste, Mauro Zacher, Paulinho Rubem
Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência
de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini,
Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Mario Fraga, Mario Manfro,
Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir
Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Bernardino Vendruscolo, o
Projeto de Resolução nº 033/11 (Processo nº 3297/11); pelo vereador Mauro
Zacher, o Projeto de Lei do Legislativo nº 135/11 (Processo nº 3040/11).
Também, foram apregoados os Ofícios nos 922 e 923/11, do senhor Prefeito, encaminhando,
respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 038 e 039/11
(Processos nos 3445 e 3446/11, respectivamente). Após, foram apregoados
os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo: nº 056/11, de
autoria do vereador Adeli Sell, hoje, no seminário Previdência Social e
Complementar no Brasil – Rumos e Desafios –, no Salão Mercosul do Hotel Sheraton
Porto Alegre, em Porto Alegre; nº 045/11, de autoria do vereador Professor
Garcia, ontem e hoje, no IV Fórum Nacional dos Conselhos das Profissões
Regulamentadas – Edição RS –, no Município de Bento Gonçalves – RS. Também, foi
apregoado Requerimento s/nº (Processo nº 3416/11) de autoria do vereador Adeli
Sell, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, do dia dezenove ao dia vinte e um de
outubro do corrente, no XVIII Encontro da Associação Brasileira das Escolas do
Legislativo e de Contas, no Município de Aracaju – SE. Do EXPEDIENTE, constaram
Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos no dia
quatro de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora
Fernanda Melchionna e os vereadores Aldacir José Oliboni, Paulinho Rubem Berta,
Pedro Ruas, este pela oposição, Alceu Brasinha, Idenir Cecchim, Bernardino
Vendruscolo, Mauro Zacher e Reginaldo Pujol. Na oportunidade, o vereador Pedro
Ruas formulou Requerimento verbal, solicitando fosse agendado o comparecimento,
neste Legislativo, do Secretário Municipal da Saúde e do Diretor-Presidente da
Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC. Ainda, por solicitação do
vereador Pedro Ruas, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à
senhora Gabriela
Fransciscatto, falecida no dia onze de outubro do corrente. Após, nos termos do artigo
94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, a senhora Presidenta concedeu TEMPO
ESPECIAL ao vereador Elias Vidal. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se a
vereadora Sofia Cavedon, em tempo cedido pelo vereador Mauro Pinheiro. Em
continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos
termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar de questões relativas aos
índices de incidência do câncer de mama em Porto Alegre. Compuseram a Mesa a
vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municicpal de Porto Alegre, e a
senhora Betina
Vollbrecht, mastologista do Centro da Mama da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra, nos termos do artigo
180, § 4º, inciso I, à senhora Betina Vollbrecht, que se pronunciou sobre o tema em debate. Durante o pronunciamento da
senhora Betina
Vollbrecht, foi
realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua
Senhoria. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do
Regimento, pronunciaram-se os vereadores Elói Guimarães, Reginaldo Pujol,
Fernanda Melchionna, Lurdes da Lomba, Dr. Raul Torelly, Adeli Sell, Dr. Thiago
Duarte, este em tempo próprio e em tempo cedido pelo vereador Mauro Zacher, e
Idenir Cecchim. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, para
considerações finais sobre o tema em debate, à senhora Betina Vollbrecht. Durante a Sessão, os
vereadores João Antonio Dib, DJ Cassiá, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta,
Pedro Ruas, Engenheiro Comassetto, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo e
Elias Vidal manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e
sete minutos, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando
os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos
vereadores Toni Proença e Mauro Zacher e secretariados pelo vereador Toni
Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo senhor 2º Secretário e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Conforme o
acordado em Reunião de Mesa e Lideranças, o período temático de Comunicações
será realizado às 16 horas, cujo tema será a prevenção do câncer de mama.
Passamos ao
O Ver. Mario Manfro
está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.)
O Ver. Mauro Pinheiro
está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.)
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras; público que nos
assiste, como boa parte da Câmara de Vereadores sabe, eu sou bancária e
funcionária do Banrisul e estou licenciada para assumir a função de Vereadora
aqui na Câmara Municipal. Entretanto, como bancária, eu não poderia deixar de
me pronunciar em relação à greve que ocorre neste momento, em nosso País, da
categoria bancária; não poderia deixar de me pronunciar a respeito da
verdadeira injustiça que é feita pelos grandes banqueiros deste País - um País
que tem a maior taxa de juros do mundo, que tem boa parte da população
extremamente endividada com os bancos e com as financeiras.
Os bancos lucram, ano
a ano, com essa taxa de juros exorbitante, somada às condições terríveis de
trabalho dos bancários: baixos salários; metas inatingíveis impostas, fazendo
com que os funcionários trabalhem e trabalhem cada vez mais e, mesmo assim, não
consigam atingi-las; mais o assédio moral sistemático. As demissões nos bancos
privados fazem com que a nossa categoria seja uma das que mais sofrem de
depressão; fazem com que a nossa categoria, apesar de os banqueiros terem
atingido o lucro recorde, Verª Maria Celeste, de R$ 27 bilhões, apenas no
primeiro semestre, tenha um baixíssimo piso salarial. As demissões fazem com
que, diante da intransigência da Fenaban, a patronal se esconda, a categoria
tenha um índice baixíssimo de 8% de reajuste salarial, sendo que a inflação é
quase isso. Nós estamos vivendo um momento em que a alta dos alimentos incide
diretamente sobre os salários. E também há a intransigência do Governo, porque,
no caso dos bancos públicos - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e
Banrisul, no nosso caso -, o nosso patrão são os Governos, seja o Governo
Dilma, seja o Governo Tarso, que, para garantirem esses lucros recordes e
absurdos, sangram a categoria dos bancários.
Venho a esta tribuna
dizer da justeza da greve dessa categoria que, lamentavelmente, tem a greve
como último recurso para garantir reajustes decentes ante a negativa e a
postura autoritária e intransigente da Fenaban e diante da tentativa dos
Governos de se esconderem atrás dos banqueiros.
Não é possível que,
num País como o nosso, com esses lucros recordes, com essa alta taxas de juros,
com uma dívida pública, Ver. Haroldo, que consome 50% das riquezas nacionais,
50% do Produto Interno Bruto seja pago através da dívida pública, que nunca foi
auditada e que é, majoritariamente, paga aos grandes banqueiros e a grandes
empresários deste País. Não é possível que aqueles que estão na ponta,
construindo a riqueza dos bancos, aqueles que sofrem com as metas inatingíveis,
com o abuso, com o assédio moral e com salários indignos, não recebam um
tratamento digno, um salário valorizado, um plano de carreira decente.
Por isso estou
acompanhando atentamente a greve dos bancários. Estive presente nas
mobilizações da semana passada, inclusive no Palácio Piratini, para dizer ao
Governador Tarso Genro que ele é o nosso patrão e que este Governo precisa, de
fato, garantir uma proposta decente para nossa categoria “banrissulense”.
Ver. Pedro Ruas, meu
Líder, a quem agradeço a cedência do tempo, esta é a maior greve do Banrisul
dos últimos 20 anos, com a categoria parada, com novas agências entrando
diariamente em greve, inclusive com os setores da Diretoria-Geral e da TI.
Precisamos apoiar amplamente a categoria dos bancários para que, de fato, essa
categoria valorosa, que trabalha um monte na ponta dos bancos e que sofre com
as péssimas condições de trabalho, consiga ser vitoriosa, consiga mostrar
novamente ao povo brasileiro que os trabalhadores e as trabalhadoras conquistam
melhores condições de trabalho, de salário, e derrotam a ganância e o lucro dos
banqueiros e a intransigência dos Governos a partir da sua mobilização, da
greve, a partir da sua identidade como classe, buscando a unidade dos
trabalhadores e trabalhadoras, para construir um País melhor e uma condição
melhor de trabalho à nossa categoria dos bancários.
Parabéns aos colegas
bancários e bancárias. Podem contar com o PSOL, do início ao fim dessa luta,
até a vitória.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras; público que
acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, venho a esta tribuna, em nome da nossa
Bancada, Ver. João Antonio Dib, que é Líder do Governo, para solicitar que
venha aqui, nesta Casa, na próxima segunda-feira, o Secretário da Saúde, Carlos
Casartelli, no período de Comparecimento. Faço este apelo em nome da Bancada,
porque precisamos que sejam esclarecidos para o conjunto da sociedade dois
assuntos muito pertinentes, Ver. Dr. Raul, da área da Saúde.
O primeiro assunto é
a implementação do IMESF - Instituto
Municipal de Estratégia de Saúde da Família - em Porto Alegre. Já se passaram
seis meses, e o IMESF não foi implantado, e estava previsto que, em 30 dias,
não só seria implementado esse Instituto como seriam absorvidos os Agentes
Comunitários. Durante esses seis meses, sairia o edital para o concurso público,
mas ainda não saiu, e que, até o fim do ano, estaria resolvida a questão da
renovação ou não do contrato com o Instituto de Cardiologia.
Então, eu acho muito
pertinente a vinda do Secretário Carlos Casartelli aqui, a fim de trazer esses esclarecimentos, dizer exatamente como
está o andamento da implementação do IMESF em Porto Alegre, porque, em função
das visitas da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Dr. Raul, nós percebemos - e
V. Exª é testemunha, assim como o Dr. Thiago, nosso Presidente - que temos problemas
em quase todos os PSFs. Estou exagerando, não temos em todos, mas eu diria que
um terço das Equipes de Programa de Saúde tem problemas, ou faltam médicos, ou
falta técnico em enfermagem, ou faltam agentes comunitários.
O Governo, na
verdade, está dizendo que, enquanto não sair concurso público para a
implementação do IMESF, não será possível suprir esses funcionários que estão
faltando.
Então, até quando
vamos ter esse problema? Não dá para continuarmos com essa situação de caos em
alguns lugares, e o Governo, morosamente, dizendo que depende da implementação
do IMESF.
Inclusive, no Projeto
de Lei implementado e aprovado, Ver. Pedro Ruas, sobre o IMESF, há muitas
emendas que são conquistas, e, na verdade, ainda não se sabe se será
implementada para a licitação do concurso a prova de títulos, ou como será
absorvida a questão do vale-alimentação. Há uma série de questões que são
consideradas conquistas para os trabalhadores do IMESF sobre as quais o Governo
não fala, o Governo não implementa, e fica essa grande dúvida com as equipes,
hoje, do Programa de Saúde da Família.
Então, a vinda do
Secretário aqui será salutar, Ver. João Antonio Dib, na segunda-feira, para
esclarecer quando será implementado o IMESF, quando será reaberto o Hospital
Independência nessa parceria com o Divina Providência, porque já se passaram
oitenta e poucos dias da implementação, e nada aconteceu.
Então, Vereador
Zacher, acho oportuno trazer aqui o Secretário Municipal da Saúde para que ele
dê esse esclarecimento à população de Porto Alegre, porque percebemos que, de
fato, as coisas não estão acontecendo. Nós aprovamos aqui a Lei, e hoje, em
nossas visitas, na condição de Comissão de Saúde, às Unidades de Saúde, nos
PSFs, às coordenações regionais, todos estão dizendo a mesma coisa: que faltam
médicos, faltam profissionais, e o Governo está dizendo que, enquanto não
estiver implementado o IMESF, não será possível suprir essa necessidade.
Então, fazemos um
apelo aqui, em nome da Bancada do PT, para que o Secretário venha à Câmara
Municipal para nos falar sobre o calendário de implementação do IMESF, sobre o
calendário de reabertura do Hospital Independência, porque a população, que
está na fila, não pode esperar muito tempo, as emergências estão lotadas, o
sacrifício da população é enorme e temos que ter gestão no Município de Porto
Alegre. Infelizmente, está faltando gestão na área da Saúde. Se algumas
unidades de saúde estão funcionando bem, em outras estão faltando
trabalhadores, e, ao faltarem trabalhadores, sejam médicos, auxiliares de
enfermagem ou agentes comunitários, os cidadãos não estão sendo atendidos. Em
alguns lugares, o Governo está deixando a desejar.
Por isso faço este
apelo ao nobre Líder do Governo, para que traga aqui o Secretário Municipal da
Saúde para esclarecer a Câmara e a população de Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Eu ouvi com
atenção o Ver. Oliboni. O pedido de Sua Excelência é de que venha a este
Plenário o Secretário Casartelli, com o que eu concordo. Há um episódio que as
rádios e televisões noticiaram neste final de semana com relação, Ver.
Brasinha, à morte de uma moça que não foi atendida pelo SAMU. Eu sei que isso
não tem a ver diretamente com o Secretário. Eu tive oportunidade, esses dias,
de elogiar aqui o trabalho do Secretário, por quem tenho o maior respeito. Mas,
como o episódio da morte, do óbito, pela ausência do SAMU e por sua burocracia,
foi amplamente noticiado, parece que é obrigação nossa examinar esse tema na
vinda do Secretário.
E também, Presidente
Sofia Cavedon, na mesma oportunidade, requeiro que chamemos o titular da EPTC,
na medida em que há um noticiário, ontem e hoje, de um assédio sexual por parte
de um servidor da EPTC em relação a uma motorista. Nós todos ouvimos isso
agora, nas rádios; eu recebi um telefonema, já sei que a Presidente recebeu
também de emissoras de rádio da nossa Cidade, do nosso Estado. Então, parece-me
que seria bom, seria de bom alvitre para a Casa que ambos, Secretária da Saúde
e EPTC, estivessem juntos. É a solicitação que faço a V. Exª para
segunda-feira.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Pedro
Ruas e Ver. Aldacir Oliboni, consulto o Ver. Dib. Seria importante que tanto um
Secretário quanto o outro pudessem fazer um comparecimento a esta Casa, porque
nós temos vários temas a tratar com ambos, e a Casa é cobrada para que,
inclusive, oportunize esclarecimentos dos Secretários. Eu gostaria de construir
com o nosso Líder do Governo esses dois momentos, que creio que não possam
acontecer juntos, porque são temas bem diversos, mas eles urgem.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, o
Regimento Interno é claro, preciso e conciso e estatui como deve ser feito o
convite ou a convocação ao Secretário, e o Ver. Oliboni sabe muito bem disso.
Então, basta que um Vereador solicite - qualquer Vereador, não necessariamente
tem que ser o Líder do Governo -, e qualquer Vereador, por convite, trará o
Secretário ao Plenário. Saúde e PAZ!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada,
que dirá esta Presidente!
O Ver. Oliboni pede
que a Presidência chame. Faremos por comparecimento, o que oportunizará que
todos os Vereadores se informem e façam o debate.
O Ver. DJ Cassiá está
com a palavra.
O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Presidente;
obrigado, Ver. Paulinho, que está na tribuna aguardando. Eu não vejo
dificuldade nenhuma, Srª Presidente, no comparecimento do Secretário da Saúde,
até mesmo porque, toda a vez que o Secretário foi convidado, ele esteve nesta
Casa. Aliás, houve uma vez em que o próprio Secretário se convidou - ele teve
uma viagem, e acabou vindo o Secretário Substituto, que ficou aqui nesta Casa,
Srª Presidente, das 14 às 16 horas e pouco aguardando para fazer um relato e
servir esta Casa com as informações que se desejam dos Vereadores para a
sociedade.
Então, eu faço um
apelo aqui. O convite é indiscutível, que o Secretário venha, mas que não o
deixem sentado aqui como ficou, na outra vez em que esteve aqui nesta Casa, das
14 horas até quase 17 horas.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem.
Então nós faremos os convites e vamos organizar essas agendas.
O Ver. Paulinho Rubem
Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e
todos que nos assistem, Presidente, o que vou tentar colocar aqui não é em tom
de crítica, mas em tom de alerta. A Região Norte de Porto Alegre, mais
especificamente a zona leste-nordeste e o Eixo Baltazar-Sarandi têm enfrentado
diversas dificuldades, principalmente em algumas questões referentes à
infraestrutura, mas também têm sido locais para onde a Prefeitura vem, ao longo
dos anos, buscando soluções e vem colocando pessoas, habitações de pessoas de
outras regiões da Cidade que precisam morar, têm o direito de morar e têm de
morar, e com qualidade. Mas também é necessário que isso seja acompanhado da
infraestrutura, seja ela de saneamento básico como também de transporte, de
segurança, de lazer, de áreas de praça.
Enfim, quero colocar
que, até o final de novembro - acho que muito antes, mas não tenho a data
específica -, será inaugurada, no Conjunto Residencial Rubem Berta, por uma
luta deste Vereador e das lideranças daquelas regiões todas, mais uma Unidade
de Saúde. E aqui os Vereadores que me antecederam estavam falando em Saúde. Vão
ser inauguradas, para ser mais preciso, três equipes de Programa de Saúde da
Família numa região com mais de 30 mil moradores que não tinham sequer uma
equipe de PSF. E agora, Ver. Oliboni, para nossa alegria, estamos conquistando
as primeiras três equipes de PSF numa unidade que será inaugurada na Rua
Domênico Feoli. Lá existe uma parte da população que estava desassistida de
Programa de Saúde da Família, mas que, a partir do final do ano, passa a contar
com esse atendimento.
Graças a Deus e aos
homens inteligentes, agora não se constrói mais nenhum conjunto habitacional
sem que lá seja colocada infraestrutura. No passado, as pessoas eram jogadas,
fazia-se um amontoado de casinhas sem a infraestrutura, Ver. Dib. Agora não, e
temos um exemplo prático: a Vila Chocolatão, na Protásio Alves, com toda a
infraestrutura, inclusive com geração de emprego e renda para aquela
comunidade. Tenho conversado com pessoas que moram lá, e elas estão muito
felizes.
Hoje, preocupa-me
muito a transferência da vila Nazaré. Gostaria que alguém me mandasse
informações, porque eu procuro e não encontro, sobre o projeto de
infraestrutura que será colocado junto à vila Nazaré, ao lado do Timbaúva I, II
e III do Recanto do Sabiá. Estou muito preocupado com aquelas mil e poucas
famílias, que eram cento e poucas no Recanto do Sabiá. Estou preocupado e quero
saber o que existe para eles, o que será feito, de que forma será feito,
quantas pessoas serão atendidas.
Ver. Dib, V. Exª foi
Prefeito desta Cidade, e, como Prefeito, tenho certeza de que, no seu mandato,
na sua gestão, as pessoas tinham o direito de morar, o direito à saúde, o
direito ao transporte, o direito à segurança e, principalmente, ao que dá
dignidade a cada chefe de família, e a cada mãe de família: geração de renda e
emprego.
Hoje a nossa Cidade
passa por um momento turbulento, que é a falta de qualificação, porque estamos
vendo ser importada mão de obra de outros Estados para suprir a necessidade de
falta de mão de obra na nossa Cidade. Falta pedreiro, falta eletricista, falta
pintor, falta soldador, e nós temos gente desempregada que vai lá e assina o
seu pedido de emprego em qualquer empresa, mas, sem qualificação, não acontece!
Então, quero aqui, de
público, agradecendo a tolerância da nossa Presidente, fazer um apelo: nós
criamos, há pouco tempo, a Secretaria do Trabalho. Eu quero um contato com essa
Secretaria - não estou dizendo que é difícil esse contato, não, mas que vou
fazer. Quero um contato com o Governo do Estado! E este Vereador que está aqui,
este líder comunitário está dizendo que detém o conhecimento da região, que
conhece as dificuldades de todos lá. Eu conheço lá do Ipê-São Borja até a
Protásio Alves e acompanho tudo lá, principalmente o que diz respeito à geração
de emprego e renda. Nós temos que pegar prédios públicos, locais que estão
ociosos hoje, para transformar em escolas.
Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon, com todo o respeito e carinho, quero lhe fazer um grande pedido:
que a senhora intercedesse e desse a oportunidade, por intermédio da senhora e
desta Casa, de o Governo do Estado vir discutir conosco, com as lideranças
daquela região, a colocação de uma escola técnica no Centro Vida para
qualificar, gerar renda e dar oportunidade àquelas pessoas. O Centro Vida hoje
já oferece diversos trabalhos à comunidade, mas precisa ter a mão do Governo do
Estado também. Ver. Oliboni, o senhor, que é do Governo e vai ser Deputado, se
Deus quiser - é merecido -, o senhor pode ter certeza de que tem um admirador
aqui, mas o senhor tem que interceder junto ao Governo do Estado, para nos
abrir uma porta para que possamos, com sua ajuda, com a ajuda da situação, da
oposição, pensando na população, instalar lá uma escola técnica, uma escola que
dê oportunidades, Ver. Pedro Ruas, na Zona Norte, no Eixo Baltazar.
Quero dizer ao senhor
que estive junto à ocupação, lá ao lado da Cooperativa, do Alceu Rosa, eu e a
Verª Maria Celeste, onde tomei a liberdade de representá-lo, cumprindo com a
obrigação da CUTHAB. Então, estivemos lá, vamos trabalhar essa questão. Se
vamos resolver, isso vai depender principalmente da boa vontade de Vereadores e
Vereadoras desta Casa e dos Governos, não só de um Governo, mas dos dois
Governos principais que temos aqui hoje, o Governo do Estado e o Governo
Municipal.
Peço, mais uma vez,
encarecidamente, que tomem uma atitude sem olhar o lado político, sem olhar a
questão ideológica, mas olhando a necessidade e o direito das pessoas de
poderem levar o sustento para suas casas e levar aquilo a que têm direito.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; público que nos
assiste, a realização da Copa do Mundo no Brasil, Ver. Mauro Pinheiro, a quem
agradeço por este tempo de Liderança pela oposição, tem nos levado a situações
entre o absurdo e o ridículo, porque há uma ideia geral de que tudo deve ser flexibilizado,
tudo deve ser, Ver. Dib, Ver. Brasinha, modificado, desde as licitações até a
possibilidade de consumir cervejas nos estádios, porque, afinal de contas, é a
FIFA que quer. Tudo passa a ser permitido. É uma liberação geral.
O jornal Zero Hora de
ontem, quarta-feira, trouxe uma matéria que é estarrecedora. Ela nos conta,
entre outros itens, que há três problemas no Sport Club Internacional, com a
Andrade Gutierrez, neste momento, para fechar a parceira. Abro parêntese para
dizer que eu me sinto muito à vontade ao fazer esta crítica, porque, quando do
problema sério que tivemos - e eu sou gremista -, eu fiz críticas severas à OAS
aqui e lá no local. E, aliás, teremos reunião hoje, à tardinha, lá, Ver.
Brasinha.
Pois o jornal diz, na
página 5, que o Internacional e a Andrade Gutierrez estão criando, meu sempre
Ver. Valdir Fraga, uma sociedade de propósito específico. Seria uma empresa, em
Porto Alegre, para ficar responsável, entre aspas, pelas dívidas trabalhistas,
porque a Andrade Gutierrez não quer ser a responsável; então cria uma empresa
que seria, ao final das contas, contratualmente, a empresa responsável pelos
débitos trabalhistas.
Mas isso é uma
fraude! Eu nunca tinha visto anunciar a fraude na imprensa, antes. O Direito do
Trabalho e o Direito Penal, Vereadores, se distinguem dos demais ramos do
Direito por um aspecto fundamental: no Direito Penal e no Direito do Trabalho,
vige o princípio da verdade real; ao contrário dos demais ramos do Direito,
como, por exemplo, o Civil, no qual vige o princípio da verdade formal. Há
aquela famosa frase romana, absurda para mim, mas que, no Direito Civil, é
verdadeira: “O que não está nos autos não está no mundo”.
No Direito Penal e no
trabalhista, não é assim. Se alguém trabalha como empregado, mesmo sem ter a
carteira de trabalho assinada, é empregado. O fato se sobrepõe à forma. Neste
caso aqui, estão criando uma forma para se sobrepor ao fato; estão criando,
Ver. João Antonio Dib - está no jornal Zero Hora de ontem, páginas 4 e 5 -, uma
empresa de fachada para assumir, ela, meu amigo Pitol, os débitos trabalhistas
no lugar da Andrade Gutierrez. É o único papel da empresa. A empresa será fria!
E já está aqui, já está anunciado que será criada para isso. Foi uma fórmula
mágica entre doutos, criada quando a Andrade Gutierrez disse: “Mas eu não quero
os débitos trabalhistas!” E o Internacional: “Eu também não!” “Então, como é
que nós fazemos?”, “Criamos uma empresa que vai servir só para isso. Ela ficará
responsável por assumir.” Está no jornal! Está aqui! (Mostra o jornal.)
Então, tudo pode em
momento da Copa: licitações, álcool nos estádios e, agora, institucionalizar a
fraude trabalhista. Ora, por favor! Vamos ter um pouco de respeito com a
história de luta das trabalhadoras e dos trabalhadores que, ao longo dos anos,
conseguiram produzir e chegar a conquistas como as que temos hoje na legislação
do trabalho!
Ao longo dos anos,
homens e mulheres lutaram, perderam patrimônio, liberdade, a própria vida para
construir um arcabouço de legislação do trabalho que nós temos em vigor, onde
uma das piores invenções do patronato foram as empresas de fachada para enganar
e impedir a execução trabalhista. E agora o que nós estamos vendo é que, em
função da celeridade, da necessidade de tempo, da pressa e dos interesses
financeiros da Andrade Gutierrez, estão criando e anunciando, com antecedência,
à sociedade o que ocorrerá: uma empresa de fachada para assumir formalmente
débitos trabalhistas; uma empresa que, na verdade, não é a devedora, Ver.
Todeschini, porque não é ela a empregadora; é uma fraude anunciada! E aqui, em
Porto Alegre, nós vamos denunciar, desde agora até o final, esse tipo de crime
a ser cometido na Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidenta, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, esse relato do Ver. Pedro Ruas é muito grave,
Ver. Cecchim, pois anuncia que nós teremos um grande problema na Cidade; mais um.
Eu acho que nós temos
que tomar providências, Ver. Todeschini. Imediatamente, nós vamos formar uma
comissão, juntamente com o Ver. Pedro Ruas, que denuncia esse fato, esse crime
que está prestes a acontecer, para tomar providências, Ver. Antonio Dib. Isso
está virando brincadeira na cidade de Porto Alegre! Quando a empresa é séria,
as pessoas já falam mal dela, mas agora já anunciam uma empresa dessas, Ver.
Mauro Pinheiro. Isso é muito grave!
Mas eu também quero
falar das coisas boas que acontecem em Porto Alegre. Todas as terças e
sextas-feiras, eu tenho acompanhado o meu querido Prefeito Fortunati nas
visitas às comunidades. Mas o que mais me surpreendeu é que, numa dessas
visitas, o Ver. Mauro Pinheiro estava junto, estava abraçando o Prefeito, feliz
da vida, Ver. Dr. Raul. Aí eu pensei: “Mas não é isso o que o Ver. Mauro fala
todo dia.” Na comunidade, ele estava de sorrisos, abraçando o Prefeito e dizia
que ele era bem-vindo.
(Aparte
antirregimental do Ver. Mauro Pinheiro.)
O SR. ALCEU BRASINHA: O senhor abraçou o
Prefeito! Eu tenho fotos do senhor correndo atrás do Prefeito e abraçando ele.
Então, eu quero dizer para o senhor, Vereador, que agora eu estou convicto de
que aqui o senhor fala mal do Prefeito, mas, lá fora, quer estar ao lado dele.
Bate, bate, bate nele e, depois, abraça o Prefeito, tira foto com ele,
sorridentemente.
(Aparte
antirregimental do Ver. Pedro Ruas.)
O SR. ALCEU BRASINHA: O Ver. Mauro Pinheiro
estava lá! E, aliás, não foi só num local. Ele esteve em uns três, quatro locais
junto com o Prefeito. E a sua assessoria também estava junto, não é, Vereador?
O senhor estava lá abraçando o Prefeito, dando as boas-vindas a ele. Eu fiquei
pensando: “Mas o que está acontecendo? O Ver. Mauro Pinheiro bate tanto no
Prefeito José Fortunati, e depois está lá.” Eu confesso que não conseguiria ser
assim, sob hipótese alguma! Eu, quando digo que não gosto de alguém, não gosto.
Seja bem-vindo, Ver. Mauro Pinheiro! Quem sabe a Presidente também toma atitude
e vai andar junto, ver o que acontece na comunidade? Não houve Prefeito melhor
nesta Cidade do que o Fortunati! Não houve! Eu gostava muito do Fogaça - e
gosto muito, ajudei a elegê-lo, sempre o defendi, e gosto muito dele, sou amigo
particular dele e da sua família -, mas o Fortunati tem feito a diferença na
Cidade; está andando nos bairros, na Cidade, vai aonde as Comissões vão, Pedro
Ruas, tem o seu gabinete itinerante. Eu não acreditei quando vi o Mauro
Pinheiro correndo atrás do Prefeito, e o Prefeito caminhando muito rápido!
Quando a gente vê as
coisas boas acontecerem na Cidade, aí notamos a diferença de um Prefeito que
quer ver a Cidade crescer, Ver. Cecchim. Está certo o Mauro, ele tem que
começar a acompanhar o Prefeito, ver o que acontece na Cidade, porque ele só
fala, só fala, reclama, reclama. Ele até me abandonou, ele me deixou sozinho,
agora só eu bato no Carrefour. Nunca mais ouvi ele falar contra o Carrefour,
contra o Walmart, nunca mais! O que
está acontecendo? Eu confesso que continuo batendo e batendo neles. Quero dizer
para o Ver. Mauro Pinheiro que eu estou satisfeito.
Eu quero refrescar a
memória do Ver. Oliboni, quando ele vem dizer que a Saúde não tem gestão.
Oliboni, cá para nós, vocês estiveram 16 anos no Governo Municipal e foi o
maior desastre na Saúde, vocês não tiveram competência nenhuma para cuidar da
Saúde, nenhuma. Quem trabalhou muito pela Saúde em Porto Alegre foi a gestão
Fogaça, e agora o Casartelli faz com a maior grandeza e atende as pessoas
sempre. Eu nunca consegui ser atendido pelo Secretário de V. Exª, do seu
Partido, nunca, e tentei várias vezes.
Então eu quero dizer
que vocês têm que lembrar do passado, refrescar a memória e mostrar o que vocês
fizeram por esta Cidade. Vocês só fizeram coisas ruins para esta Cidade. Eu até
acho que agora o Governador está fazendo coisas boas na Cidade, está fazendo um
bem para o Rio Grande do Sul, mas vocês têm de lembrar o que vocês fizeram.
Vocês massacraram o povo porto-alegrense, vocês judiaram do povo de Porto
Alegre! Oliboni: pense e reflita! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu segurei um
pouco o seu tempo também, Ver. Brasinha, assim como o dos demais Vereadores.
O SR. MAURO ZACHER: Presidente, eu queria
apenas fazer um registro: lamentavelmente, nós estamos perdendo uma grande
servidora aqui da Casa, a Valeska, da DL, que está indo para o Governo do
Estado. E eu gostaria de registrar aqui todo o carinho, o respeito e a
admiração que a Bancada do PDT tem pelo trabalho da senhora. Desejamos sucesso
no novo desafio.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem. O
nosso registro é o mesmo. Nós estamos fazendo uma troca, é bom que fique bem
claro para todos os servidores que o critério de cedência é por troca de
funcionários.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Presidente Sofia
Cavedon, nós queremos nos somar aqui às palavras do nosso Ver. Mauro Zacher.
Valeska, gostaríamos de desejar um bom trabalho lá, que tu sejas muito feliz e
que mostre a mesma competência que mostrou nesta Casa, nos atendendo, nos dando
apoio e nos ajudando. Que tu sejas muito feliz lá, que Deus esteja sempre
contigo. Obrigado, pela Bancada do PPS.
O SR. PEDRO RUAS: Eu quero fazer
também, Valeska, o registro, em meu nome, em nome da Fernanda Melchionna, do
nosso agradecimento pelo teu trabalho na Casa. Tivemos a oportunidade de
presenciar a tua dedicação e competência, e eu, particularmente, de
aproveitá-la em trabalhos inúmeros que fizemos aqui no Legislativo. Então,
tenha sucesso lá, Valeska, e conte com a Bancada do PSOL, assim como as demais
Bancadas, também, nesta Casa. Sucesso!
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidente, em nome do nosso Líder, aqui, o Mauro Pinheiro, todos os membros do
PT, também do PSB, que me pede aqui, prezada Valeska, queremos dizer que
sentimos muito a tua ida para o Governo do Estado, mas, como isso faz parte
também da evolução profissional e de carreira, quero dizer para a Sofia que,
para essa troca, tem que vir, no mínimo, uns doze, de lá para cá, para
substituí-la.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, em
nome do PTB e dos quatro Vereadores que são da Bancada do PTB, Elói Guimarães,
Nilo Santos, Ver. DJ Cassiá, Ver. Brasinha, também damos os parabéns para a
Valeska, e queremos dizer que nos sentimos muito honrados pela sua
participação, nesta Câmara, tão atenta. Valeu! Bom trabalho para ti, Valeska.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: O PSD não pode
ficar indiferente. Nós também, Valeska, achamos que o Estado está precisando do
teu trabalho lá. É o que nos conforta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem,
Ver. Tarciso.
Eu estou quase
mudando de ideia, Valeska. Tu foste tão elogiada, que acho que essa perda vai
ser irreparável.
O Ver. Dib está aqui
me apoiando. Não! Vamos deixar os nossos funcionários crescerem, depois eles
voltam e contribuem mais ainda para o Legislativo Municipal, mas é muito bonito
o carinho de todas as Bancadas para a Valeska, que, temos certeza, tem uma
contribuição inestimável para esta Casa. Vou abraçá-la em nome de todos.
(Palmas.)
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Srs.
Vereadores, um dia depois do Dia da Criança, eu volto sempre com o coração mole
à tribuna.
Eu quero lamentar
esse episódio triste que aconteceu, em que veio a falecer a Gabriela
Franciscatto, uma moça de 22 anos. Ocorreu que uma amiga dela fez a ligação
para o SAMU, lá de fora, e o SAMU entendeu que a ligação não era confiável, e a
Gabriela morreu. Parece-me que o Dr. Jader Gus é o responsável pelo SAMU. Ele
poderia nos informar um pouquinho melhor o que ocorreu. Eu vou aguardar. Faço
este pedido da tribuna. Espero que alguém da Secretaria da Saúde peça um
esclarecimento para saber o que realmente aconteceu. Não é possível a gente se
sentir inseguro até na hora em que nos sentimos mal. O pessoal do SAMU é pago
razoavelmente bem, e nós não podemos correr o risco de ficarmos com medo de não
sermos atendidos por causa de protocolo. Na dúvida, primeiro deve-se salvar, e
depois ver se é verdade ou não.
Meus parabéns, Ver.
Brasinha; o senhor fez um pronunciamento muito objetivo aqui. O senhor viu com
os seus próprios olhos a aprovação do Prefeito José Fortunati na comunidade.
Que bom que o senhor viu o Ver. Mauro Pinheiro tirando fotografia ao lado do
Prefeito. Isso nós já vimos algumas vezes aqui, quando se formavam alianças.
Ouvimos alguns discursos; muitas vezes imaginávamos que eles - o Ver. Mauro
Pinheiro, o Ver. Oliboni, pessoal de boa-fé, Vereadores da Zona Sul - quase
tiravam o cargo de Líder do Governo do Ver. João Dib, de tanto que defendem
algumas... Isso quando lhes interessa, porque, quando não interessa, a oposição
vem. Então, eu não estranho isso, mas fico feliz que o senhor tenha assistido
ao aplauso do Ver. Mauro Pinheiro ao Prefeito José Fortunati. Fico muito feliz
com isso!
Quero também fazer um
registro: na terça-feira, à noite, estivemos na posse do Presidente do
Sindicato Rural de Porto Alegre. O Ver. Comassetto esteve presente,
representando a Presidência desta Casa. Aliás, quero dizer, de público, que ele
fez um belo pronunciamento, representando todos os Vereadores, Ver. João Dib. O
Ver. Comassetto não foi Vereador de oposição nem de situação; foi Vereador da
Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Eu quero cumprimentar o Ver. Comassetto,
desta tribuna, pelo pronunciamento que fez lá, representando todos nós,
Vereadores.
Particularmente
fiquei muito feliz pelo reconhecimento que os agricultores da Zona Sul de Porto
Alegre tiveram com os nossos projetos de piscicultura e fruticultura.
Na época em que eu
era Secretário, e o Fogaça era Prefeito, plantamos 53 mil novos pés de frutas
na Região Sul de Porto Alegre. Isso aumentou muito a produção e a renda dos
produtores. Temos que manter os produtores; por isso eu elogiei o discurso do
Ver. Comassetto.
Todos nós,
Vereadores, temos a obrigação de proteger a nossa área rural de Porto Alegre,
que tem tradição de produzir e de vender os seus produtos em um pequeno espaço
- 100 metros quadrados - no Largo Glênio Peres. Nesse local, eles conseguem
vender toda a produção, Ver. Mauro Pinheiro, direto ao consumidor, e isso faz
com que eles ganhem um pouquinho mais, e a população adquira os
hortifrutigranjeiros fresquinhos, de boa qualidade e por um bom preço.
Então, foi um bom
início de semana. Apenas lamentamos a morte da Gabriela Franciscatto, que não
pôde ser atendida pelo SAMU...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. IDENIR CECCHIM: ...Sem querer achar
culpados, eu espero uma explicação bem convincente do Diretor do SAMU, que é o
Jader Gus. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para um Requerimento.
O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Srª
Presidente, o pronunciamento do Ver. Idenir Cecchim, da maior oportunidade,
proporcionou-me fazer um Requerimento, até porque a Casa demonstra que se
preocupou tanto quanto o Ver. Idenir. Proponho que façamos um minuto de
silêncio em homenagem ao óbito da Gabriela Fransciscatto. E eu acho que isso
pode ser divulgado, porque vai significar também que nós queremos tomar
providências nesse sentido.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Defiro de
imediato.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª
Presidente, em nome da Bancada do PSD, venho também dizer dos nossos
sentimentos com o ocorrido com essa cidadã. Nós já recebemos, em mais de uma
oportunidade, reclamações sobre os pontos onde ficam as ambulâncias do SAMU.
Inclusive, na semana passada, nos ligaram dizendo que lá, no Pronto Socorro,
eles estão pedindo aquele local, onde ficam duas ou três ambulâncias durante o
dia; estão requisitando aquele espaço. De qualquer sorte, é uma entidade que
precisa receber todo o nosso apoio, e os seus profissionais precisam saber que
a missão que os aguarda é árdua, Ver. Oliboni. Aqueles profissionais precisam
receber toda a atenção possível e necessária, porque eles precisam agir
imediatamente, é rápida a coisa; são segundos que separam a vida da morte,
precisam ser rápidos para se deslocarem até onde são chamados.
Quero agradecer esta
oportunidade, Ver. Nelcir Tessaro e Ver. Tarciso Flecha Negra, e por me
indicarem a Liderança do PSD. Farei o possível para não decepcioná-los.
Também quero dizer,
Ver. Brasinha - a V. Exª, que está entusiasmado -, que, realmente, dos
Prefeitos que passaram pela Cidade, o Prefeito Fortunati está fazendo um
“golaço”. Virão outros, não há dúvida disso, mas, até o presente momento, dos
que estiveram no Paço Municipal - faço um registro aqui ao Ver. João Antonio
Dib, que também fez um belo trabalho -, o Prefeito Fortunati está fazendo um
bom trabalho, não há dúvida disso. Virão outros, nós aguardamos, com certeza e muito
confiantes, porque a mudança faz bem - ou faz mal -, mas nós temos a certeza de
que fará bem, porque a população de Porto Alegre saberá votar. Nós achamos que
o Prefeito Fortunati vem fazendo um trabalho maravilhoso, mas nós também
precisamos pensar no futuro.
Vereadora-Presidente
desta Casa, Sofia Cavedon, a Bancada do PSD está se encaminhando. Nós
retornamos de uma reunião com o Prefeito Fortunati, e aqui nesta Casa já foi
dito - queremos reforçar - que a Bancada está à disposição desta Casa, reivindicando
o seu espaço e respeitando o espaço dos demais. Não há dúvida de que nós
seguiremos nesse norte já traçado sem buscar aquele radicalismo de situação e
de oposição. Nós seremos, sim, Ver. Tessaro e Ver. Tarciso, oposição aos maus
projetos. Agora, o progresso, a preservação do meio ambiente, enfim, tudo o que
é bom nos cativa, e tudo isso nos impõe uma responsabilidade. Nós estaremos
juntos, com todos os senhores, na busca de uma Porto Alegre melhor.
Ao longo dos últimos
anos, nós enfrentamos aqui projetos interessantíssimos para Porto Alegre. Cito
o exemplo da Revitalização do Cais do Porto, Projeto que adentramos a madrugada
discutindo. Lamentavelmente, alguns Vereadores, algumas Bancadas, votaram
contra. Se o PSD estivesse, naquela oportunidade - estávamos ainda no PMDB e o
defendemos -, com certeza estaríamos defendendo o Projeto.
Encerro este
discurso, porque o meu tempo está acabando. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elias
Vidal está com a palavra em Tempo Especial, nos termos do art. 94 do Regimento.
O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidente,
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; os que se
encontram nesta Casa Legislativa; público da televisão, venho a esta tribuna
para fazer um pronunciamento que me entristece muito. Nesses meus três
mandatos, sempre procurei ter um bom relacionamento com todos os Vereadores,
com todos os Partidos; brigamos no campo das ideias, mas nunca no campo
pessoal.
Esta Casa sabe que
este Vereador esteve por dez dias fora, inclusive o Ver. Tessaro também. E eu
tive o prazer e o privilégio de conhecer outros lugares para aumentar o
conhecimento, a visibilidade política, em Cuba e no Panamá.
Quando eu estava
saindo de Cuba, ainda no aeroporto de Havana, fui notificado de que havia saído
uma matéria aqui, em Porto Alegre, e que a Câmara e diversos Líderes, Partidos
e amigos - aquela conversa que, às vezes, não tem maldade nenhuma, até por
expectativa e curiosidade política, isso é comum, não vejo maldade nisso -
falavam sobre quem vai, quem não vai, se vai, como vai ser esse Partido e tal.
Nesse ínterim, entrou o meu nome. Fiquei extremamente aborrecido.
Eu desafio aqui
qualquer jornalista, quer seja do jornal Zero Hora, Correio do Povo, Jornal do
Comércio, O Sul, de qualquer jornal, qualquer jornalista, qualquer radialista,
qualquer líder político a dizer que eu tenha pedido para sair ou falado em sair
do PPS e ir para o PSD. Desafio! Que surja alguém para me chamar de mentiroso,
para dizer que eu tenha pedido! Nunca pedi! Para minha alegria, eu estava fora
do País. Para minha tranquilidade, em Cuba, o meu celular estava sem sinal,
porque não pedi roaming. O Ver.
Tessaro estava com o seu celular, conversando com o Brasil, e solicitei a ele
que me emprestasse o aparelho. Ele, como uma pessoa sempre educada, disse que,
embora fosse seu aparelho particular, eu poderia usar. Respondi que depois iria
pegar o aparelho, mas acabei não utilizando - graças a Deus! - e fiquei sem
comunicação. Então, não poderia ser eu o provocador, o iniciador de conversas
sobre a minha pessoa trocar de Partido.
Se eu tivesse pedido
para ir para o PSD, também não haveria crime algum. Se mudasse, também não
haveria crime algum, mas o que não gostei foi de um comentário que saiu na
Rádio Gaúcha, de forma pejorativa, sobre o meu nome.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. ELIAS VIDAL: Da Rosane, de forma pejorativa. Acho que a Rádio Gaúcha é uma rádio
séria, mas usou um adjetivo que não vou falar aqui. O que estava rolando era
uma covardia muito grande, porque temos que falar as coisas na frente da
pessoa.
A leitura que eu faço
é que o PSD queria fazer uma valorização, fazer um chamariz para que mais
pessoas viessem para o Partido, dizendo que estariam vindo os Vereadores A, B,
C, D, e que até o Vidal estaria vindo. Depois que fecharam a quota dos três,
pensaram em usar um boi de piranha, o Vidal.
E aqui tem uma
matéria (Lê.): “O Elias Vidal pode reforçar a legenda”. Para ganhar tempo, eu
não vou ler toda a matéria, mas diz que (Lê.): “O curioso é que a ida de Vidal
para o PSD estaria sendo dificultada pelos próprios Vereadores que assinaram
ficha na sigla [os nossos três Vereadores aqui.], já que eles não querem uma
Bancada grande para que todos tenham visibilidade”. Eu não gostei, porque o que
saiu é que eu sou lixo, e sobre a honra de uma pessoa não se brinca. Não se
pode pensar em construir um Partido destruindo, até porque, senhores, eu sou um
teólogo. Eu trabalhei na Igreja Adventista como pastor; não sou pastor, mas
tenho trânsito em todas as igrejas evangélicas; até politicamente, se fosse o
caso, isso seria um bom negócio, porque eu teria trânsito em um segmento.
Agora, a pergunta é a
seguinte: o que aconteceu é porque eu sou evangélico? É porque tive uma
experiência pastoral? É essa a atitude que, na época das eleições, os Partidos
têm quando correm atrás das igrejas evangélicas, dos pastores, líderes
políticos que, às vezes, estão mais para chefe de vodu, mas que se transformam
em pastores em época de eleição? Será que é por isso?
Eu vou deixar aqui um
nome: Fábio Barrichello. Isso vai ficar aqui gravado, vocês podem pegar uma
cópia e dar para esse indivíduo.
Eu estava descontente
com o que estava acontecendo e não conseguia falar com o Danrlei. Em dez dias
em Cuba e no Panamá, nenhuma vez falei com o Tessaro pedindo para ir para o
Partido. Nenhuma vez o Tessaro me convidou e nenhuma vez conversei com o
Bernardino pedindo para ele interceder para que eu fosse para PSD. Uma conversa
normal sobre cultura política a gente sempre tem, mas não pedi isso.
Como eu não conseguia
“tirar satisfação” sobre assunto, e o único momento que eu tinha foi quando o
Danrlei esteve aqui na Câmara, eu fui, mas, antes, eu tinha que saber detalhes,
e fui até o gabinete do Tarciso; o Tarciso me disse: “Vidal, vem para o PSD”. O
Tarciso é um homem educado, um homem do bem. “Vem para o PSD, vai ser uma
Bancada forte”. Eu disse assim: “Tarciso, eu não posso sair de uma coisa segura
para fazer uma aventura; gosto de você, mas vamos ficar assim. Eu preciso é falar
com o Danrlei”, e ele sabe disso que eu falei. E fui lá. Quando o Danrlei
estava na sala, que eu entrei, que eu fui cumprimentá-lo, aí entrou uma pessoa
que, parece, é um grande Líder e Secretário de vocês, do Partido, viu, Ver.
Tessaro? Quando eu fui falar com o Danrlei, esse cidadão, o Fábio Barrichello,
se atucanou e falou com o Joel Cavalheiro, que está lá nas galerias, e disse:
“Pelo amor de Deus, não fala para o Danrlei as coisas que eu disse para o
Danrlei para dificultar a ida do Vidal para o PSD!” Aí disse o Joel: “Você está
louco, quem te autorizou? Quem pediu?”
A gente sabe que é
dali que surgiu, só que entra o nome da Bancada, e a Bancada é Bernardino,
Tarciso e Tessaro. Então, é o seguinte: o que foi falado não foi autorizado por
mim. Eu gostaria muito que viessem a esta tribuna falar e que saísse uma nota
na imprensa, porque nome de ninguém se joga na lama! Eu tenho 32 anos de
trabalho social e acho que não mereço servir de chacota, de brincadeira e de
piada de ninguém aqui dentro! Com honra não se faz piada e não se brinca. Se
isso não acontecer, se não houver nenhuma nota nesse sentido, na proporção do
que saiu nos jornais, eu vou voltar aqui e fazer algumas observações, e, com
essas observações, podem ter certeza de que vai ficar ruim para alguns, que vão
ter que ficar se explicando até as eleições, e isso não vai ser legal.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Como Líder do
PSD, primeiro quero lamentar que tenha ocorrido isso, eu não sabia, só ouvi
esse comentário na imprensa, mas, como foi citado o meu nome, enfim, aquele
negócio todo, eu só sei dizer uma coisa: no PSD, não entra quem se convida, mas
quem é convidado, mas não foi o caso! Isto nós temos como certo: só entra quem
nós convidamos. Agora, eu até vou tentar esclarecer o que efetivamente houve.
Na verdade, quem deveria dar essas explicações é a Jornalista Rosane de
Oliveira, não somos nós, mas vamos tentar descobrir para ajudar o Ver. Elias
Vidal.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está
registrado.
O SR. ELIAS VIDAL: Presidente, não está
claro para mim quando o Ver. Bernardino diz “quem se convida”. Em nenhum
momento, eu me convidei! Em nenhum momento! Eu desafio qualquer pessoa! Para
ficar bem claro: eu nunca me convidei! Eu desafio qualquer um! Porque eu faço
uma fala, você diz “quem se convida”, entende-se, por tabela, que sou eu, e eu
nunca me convidei!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está bem, Ver.
Elias, Ver. Bernardino, está registrado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu não quero
polemizar, mas, Vereador, procure entender, no PSD é assim: nós convidamos,
ninguém entra porque quer, mas porque é convidado. Não foi o seu caso, eu vou
verificar o que houve, eu não sei de nada. Agora, quem publicou é que deveria
dar essas explicações; não somos nós, fica até ruim isso, para todos.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada,
Vereadores.
O Ver. Mauro Zacher
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURO ZACHER: Srª Presidente,
queria saudar V. Exª, saudar os meus colegas Vereadores, Vereadoras, Ver.
Pujol, sinta-se aqui saudado também. Quero dizer que hoje é uma tarde que nos
permite, com mais tempo, fazer debates que fogem um pouco da Ordem do Dia e dos
inúmeros projetos de lei que temos que votar aqui semanalmente.
O que me traz a esta
tribuna é justamente a confirmação da chegada da Presidente Dilma no dia de
amanhã - e V. Exª me ajuda a confirmar -, mas sua chegada não é por acaso,
muito menos é uma visita de cortesia a este Estado; é para o anúncio de R$ 1
bilhão de investimentos em uma obra tão esperada por nós, porto-alegrenses e
gaúchos. É uma obra que põe a cidade de Porto Alegre num patamar que sempre
quisemos, sempre buscamos, mas para o qual sempre encontramos um grande
obstáculo: recursos no Orçamento.
Eu quero aqui não
simplesmente saudar o Prefeito, porque não é somente o Prefeito, nem tão
somente a Presidente Dilma que entrega esses recursos, mas também o Governo do
Estado, que participa do financiamento dessa obra. É uma obra, poderia-se
dizer, que será feita através de um grande pacto entre o Governo do Estado,
Governo Federal e Governo Municipal, que disseram: “Sim, nós vamos realizar
essa obra, porque Porto Alegre, há muitos anos, deseja e precisa do metrô”. E
essa obra está muito além da Copa do Mundo ou de investimentos que são
necessários para se receber um evento como a Copa do Mundo. O metrô, realmente,
colocará a cidade de Porto Alegre no patamar que sempre quisemos e que
estaremos alcançando nos próximos dias, com o anúncio da Presidente Dilma.
Digo isso, colegas
Vereadores e Vereadoras, porque, na semana passada, tivemos palavras
desastrosas do Ministro dos Esportes, Orlando Silva, que veio a Porto Alegre,
coisa que talvez não esteja fazendo seguidamente, e fez um anúncio de que Porto
Alegre está no sinal amarelo, de que Porto Alegre está atrasada. O Ministro
tentou fazer um populismo ou, quem sabe, ajudar a sua candidata à Prefeita de
Porto Alegre, a Deputada Manuela, porque tentou botar Porto Alegre numa
situação que outras capitais estão vivendo. É evidente que Porto Alegre
enfrenta desafios porque decidiu que não iria ficar apenas em reforma de
estádios ou de aeroportos; mas a Cidade decidiu que iria aproveitar esta oportunidade
para trazer investimentos e fazer obras que estão há 30 anos no papel, como é o
caso da Av. Tronco, como é o caso da duplicação da Voluntários, da Beira-Rio e
de tantas outras obras que nós estamos conseguindo trazer, porque estamos
investindo não só em estádios, como estão fazendo outros Municípios; nós
estamos pegando recursos públicos e investindo ali onde sabemos que é o tendão
de aquiles, os gargalos da cidade de Porto Alegre.
Então digo com a
maior tranquilidade que talvez o Ministro tenha sido infeliz nas suas palavras,
ou talvez irresponsável em fazer do seu papel de Ministro um papel de apoio
político à sua candidata.
Eu quero dizer ao
Ministro e aos meus colegas Vereadores que o desafio de preparar uma cidade
para receber uma Copa do Mundo é de todos nós, e é assim que o Governo
Municipal, o Governo do Estado e o Governo Federal têm feito. Nós esperamos
preparar e deixar a nossa Cidade à altura de uma capital que irá se preparar
para um evento desse tamanho.
Faço aqui a minha
crítica, porque eu sei do esforço de todos nós para que esta Cidade não apenas
faça um evento, mas que deixe um grande legado para o futuro. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, não podia ser diferente o fato de, na
tarde de hoje, surgir um pronunciamento de regozijo com a confirmação de que,
no dia de amanhã, será oficialmente afirmada, reafirmada e confirmada para todo
o Estado do Rio Grande do Sul a decisão do Governo Federal de aportar R$ 1
bilhão para a execução do projeto do metrô na cidade de Porto Alegre.
Eu, sinceramente,
quero dizer que reconheço no Prefeito Fortunati uma obstinação com esse
objetivo, e que, nesse sentido, ele está amplamente vitorioso, no dia de hoje,
por ter conseguido essa façanha, o que não faz com que, Vereador Líder do
Partido Democrático Trabalhista da Casa, Ver. Mauro Zacher, eu entre na corrente
desse festejo ilimitado que o anúncio está provocando na Cidade. Honestamente,
nisso não há sequer a mínima intenção de diminuir o feito do Prefeito
Fortunati, mas triste Cidade, triste Estado que festeja e se contenta com 40%
de um projeto que, no restante do País, foi integralmente bancado pelo Governo
Federal. É isto que nós estamos a festejar, a sensibilidade da Presidente da
República, que, depois de ter mourejado neste Estado por longos anos, sabia que
esta é uma luta histórica que vem se desenvolvendo no Estado, e acerca disso
eu, inclusive, já era cético. Eu já não acreditava na possibilidade de que isso
viesse a ocorrer, porque não era a primeira nem a segunda, era a enésima
campanha que se realizava em favor do metrô, sem que a obra se realizasse.
O Município vai sangrar forte, porque terá que aportar R$ 600 milhões para o empreendimento, dos quais 50%, ou seja, R$ 300 milhões virão de recursos orçamentários, R$ 20 milhões durante 15 anos e os outros R$ 300 milhões do financiamento. Bom, porque o juro é baixo, mas todos precisam entender, de uma vez por todas, que financiamento não é verba a fundo perdido, é recurso que entra e que, depois, volta com a devida correção e o devido juro. Então, eu quero lembrar, nesta hora, a circunstância de que, há 30 anos, em torno disso, constituiu-se aqui, no Estado do Rio Grande do Sul, nos Municípios de Porto Alegre, Canoas e também Sapucaia, a Trensurb totalmente bancada pelo Governo Federal, porque o Governo do Município de Porto Alegre, na ocasião comandado pelo Prefeito Villela ou pelo Ver. Dib, quando se encontrava na Prefeitura, aportou as linhas do antigo leito da viação férrea e a Estação Ildefonso Pinto como a sua contrapartida na formação do capital da empresa que se constituiu. E esses valores, transformados em ações da empresa, foram posteriormente indenizados pelo Governo Federal, que assumiu o ônus de todo o projeto da Trensurb. Por isso, quando eu ouço falarem, de forma tão abusiva, a respeito das coisas que acontecem neste País, proclamando-se grandes feitos, eu quero dizer que, no período em que nós tivemos a oportunidade de sensibilizar um Governo Federal, que foi sensível, nós não obtivemos...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...só 40% para
concluir uma grande obra; nós sensibilizamos o Governo, o Governo da União,
detentor dos grandes recursos desta Nação, para, integralmente, financiar e
bancar a Trensurb aqui na Região Metropolitana.
Amanhã, seja
bem-vinda a Presidente. Espero que, para alegria do Prefeito Fortunati e do
Ver. Brasinha, seja reafirmada a sua disposição de trazer esse bilhão, que é
uma mão na roda, sem dúvida nenhuma, mas que não pode ser saudado com tanto
entusiasmo, porque o Município de Porto Alegre e o Estado sangrarão fortemente
para poder, em cinco anos, Vereador, realizar essa obra. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, há
poucos minutos, eu fiz um convite ao Ver. Mauro Pinheiro para, amanhã,
juntamente com o Prefeito, visitarmos uma comunidade. Porém, amanhã, não haverá
o Prefeito na Comunidade, em razão da vinda da Presidenta para Porto Alegre.
Aliás, eu gosto muito da Dilma, fui uma das pessoas que ajudaram a fazer campanha
para ela; então eu estarei lá também aplaudindo a nossa querida Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem,
acho que o motivo é justo.
Também o nosso Câmara
na Comunidade, que trata de um tema um pouco mais específico, foi transferido
para sábado pela manhã, para não coincidir com a vinda da Presidente.
Eu convido o Ver.
Mauro Zacher a assumir a presidência dos trabalhos para que eu possa falar em
Grande Expediente, no lugar do Ver. Mauro Pinheiro.
(O Ver. Mauro Zacher
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Mauro Pinheiro.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Mauro
Zacher. Agradeço ao Ver. Mauro Pinheiro a cedência de tempo. Considero
pertinente uma fala sobre o tema do Dia dos Professores, já que estamos na
Semana da Criança e naquela em que se comemora o Dia do Professor, dia 15,
sábado.
Não é um tempo fácil
para os professores, um tempo em que o seu prestígio intelectual se esvaiu,
como dizia Vargas Llosa na conferência do ano passado, aqui, no Fronteiras do
Pensamento. As razões que ele colocava, com muitas eu não concordo na íntegra,
mas, possivelmente, pela velocidade com que as informações hoje estão disponibilizadas
aos estudantes, com o perfil obsoleto, infelizmente, das nossas escolas,
confirmam-se.
Eu olhava uma foto da
turma da minha mãe, Lourdes Cavedon, professora nos anos 50, Ver. Carlos
Todeschini, em Bento Gonçalves, e a sala de aula era quase igual à sala de aula
de hoje, do século XXI. Aliás, nós ainda brincávamos que era uma sala de aula
até um pouco mais moderna, porque os bancos iam aumentando de altura, e o aluno
de trás não olhava a nuca do da frente, e, sim, enxergava a professora.
Então, se nós
considerarmos o avanço tecnológico, a conexão global e olharmos para as nossas
escolas - a Lurdes da Lomba do Pinheiro sabe da luta do Rafaela Remião para
sair da sala de lata -, as nossas escolas têm paredes nuas, quadros negros!
Nesta semana que
passou, eu estava na Escola Aberta Cruzeiro do Sul, quando um professor dizia:
“Olha, eu preciso de um outro quadro”. Ali havia um quadro em que a letra
desenhada pelo giz não era enxergada direito de tão desgastado o quadro verde!
Vocês imaginem um professor ou uma professora numa escola dessa agora. Nos anos
50, havia uma escola assim, simples, mas que era a única oportunidade cultural
de muitos, e ainda era uma escola para poucos. De lá para cá, a classe
trabalhadora conquistou o Escola para Todos. A população pobre está indo à
escola; a educação tornou-se política pública, mas um dos elementos que
deveriam valorizar a educação - e poderia trabalhar vários - é o piso salarial
dos professores, o salário para os professores. Hoje é uma luta para que seja
cumprido o piso nacional, que é um pouco mais de R$ 1 mil para 40 horas.
Lembro-me muito bem,
Ver. Elói Guimarães, de que a minha mãe era professora estadual - hoje
aposentada, essa mesma da foto dos anos 50 -, com esse recurso e com o IPE,
construiu casa - Ver. Todeschini, que é da nossa terra de Veranópolis. E os
professores dos anos 1960 e 1970 tinham prestígio e tinham um salário digno. E
como, na época, a velocidade da informação era bem menor, a escola era o lugar
da sabedoria, da informação, era onde os jovens tinham condições de ascensão
social por estarem incluídos no mundo da cultura. Hoje os professores lutam com
condições muito empobrecidas; lutam para atualizar uma escola que perde, à
disparada, para a tecnologia; uma escola que nem sequer consegue ter Internet;
que nem sequer consegue ter quadros brancos; que não tem condições de estar
conectada com a sua Cidade, com o seu Estado, seja pela informática, que começa
a ser superada, mas também pela possibilidade de deslocar os alunos; o empobrecimento
das famílias; a questão cultural. Os professores precisam de um apoio, de um
suporte, que não pode ser esse parco recurso que as escolas têm.
Por outro lado, o
professor não tem esse investimento todo, mas ele é extremamente
responsabilizado pelo fracasso da educação - Ver. Mauro Pinheiro, que chega ao
plenário e a quem agradeço a troca do tempo.
Há uma charge
comparativa que eu uso muito quando converso com os professores: a charge é dos
anos 1960, 1970 - com a qual eu nem concordo, tratando da época -, em que o
professor está entregando o boletim aos pais, e o aluno está encolhido, porque
a fúria e a responsabilidade do fracasso era do aluno. Hoje, a outra charge diz
que o aluno está debochando, e a responsabilidade do fracasso passou a ser do
professor. E aí todas as políticas públicas tratam de criar mecanismo de
controlar. Afinal, o problema é que, provavelmente, os professores não
trabalham, Ver. DJ. Então, vamos lá, vamos vender currículos para os
professores, para as escolas, para os sistemas de ensino, currículos que deem a
lista de conteúdos que, depois, nós vamos cobrar em testes externos, e pode ser
que, controlando aqui o currículo e cobrando no teste, eu prove que é esse
professor, na verdade, que não consegue garantir a qualidade de ensino.
Então, virou o leque;
não há investimento suficiente e há uma pressão sobre resultados, inclusive
buscando-se alternativa na competição entre professores. Quem sabe nós vamos
premiar - prêmio e castigo - e consigamos resultados, e os resultados, na minha
avaliação, equivocadamente centrados em testes no desempenho do aluno, e testes
às vezes restritos ao Português e à Matemática, considerando que a formação
humana está restrita a essas duas disciplinas.
Então, eu acho que é
muito perversa a lógica instalada para a pessoa fundamental na produção de cada
um dos nossos seres humanos na promoção da sua condição humana.
A minha homenagem aos
professores! Quero afirmar que os professores têm o direito a construir a sua
identidade, precisam de condições, de tempo de estudo, precisam ser tratados
como intelectuais. Eles têm que ter acesso ao livro, têm que ter acesso ao
cinema, têm que ter acesso à formação permanente, à reflexão da sua prática,
aos seminários de formação, a uma escola atualizada, a uma biblioteca aberta, a
uma escola que proteja a sua ação da violência, a uma escola que consiga fazer
laços com outras políticas públicas para superar as barreiras que fazem com que
os alunos faltem muito à aula, com que os alunos não tenham o estímulo que
deveriam ter em casa, que não conseguem sequer fazer um tema de casa.
Fecho dizendo o
seguinte: quero convidar os Vereadores a que estejamos junto às escolas para
ver, ao lado disso, que belíssimas ações existem nas escolas públicas do Estado
do Rio Grande do Sul e da Cidade de Porto Alegre. Hoje, pela manhã, foram duas
escolas e duas com ações de leitura. Na Monte Cristo, nós temos Clube de
Leitura onde os jovens, no horário de reunião dos professores, reúnem-se e
fazem leitura, juntos, de livros - é o terceiro ano - e já conheceram autores,
já foram para a Feira do Livro. Eu poderia contar vários derivativos desse
Clube de Leitura da Vila Monte Cristo, que é uma escola que assina periódicos;
ela tem 12 revistas. Em vez de cada professor ter a sua assinatura de revista,
eles fazem uma caixinha, mantêm periódicos na biblioteca, usam para o trabalho
escolar e têm os principais jornais de circulação na Cidade. Lá na outra ponta,
existe a Escola Infantil Passarinho Dourado, com o projeto Leitura em Família,
sendo que as quase cem crianças, semanalmente, levam o seu livro para casa,
leem com a família, fazem anotações. Imaginem que cidadãos mais cultos nós
teremos se agora, desde pequenos, eles leem com a família.
Eu quero encaminhar
esta minha homenagem, Ver. Todeschini, Vereadores do PT, Ver. Mauro, a uma
Professora que, na minha avaliação, está sendo profundamente injustiçada, que é
a Professora Rita Sanco, Prefeita de Gravataí. Ela é uma professora estadual
que atua na luta dos professores, na luta do CPERS-Sindicato, correta, foi
Vereadora, Presidente da Câmara de Vereadores de Gravataí e está sofrendo uma
profunda injustiça política, de retaliação política, que eu chamaria de golpe,
porque não é só ela. A cassação daquela Câmara de Vereadores é uma cassação
para a Prefeita Profª Rita e para o Vice-Prefeito.
E dizem - hoje,
inclusive, acho que o jornal Zero Hora retrata muito bem os argumentos - que há
uma negociação com o Banrisul, Ver. Idenir Cecchim - em que o próprio Túlio
Zamin, Diretor do Banco, quer ir lá e quer dar depoimento -, que é boa para
Gravataí e até ruim para o banco. É um dos elementos da cassação.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Presidente, eu quero me solidarizar com o
seu pronunciamento e com a Prefeita de Gravataí. Realmente eu não tenho que me
meter nos outros Partidos, e não quero fazer isso, estou fazendo o meu aparte
em meu nome pessoal e no da Prefeita também. Acho que isso não se faz, a luta
política não pode ser dessa maneira. Se ela tem problemas, ela resolve. Pelo
jeito, não é problema só com os outros Partidos, é dentro de casa, e realmente
as brigas dentro de casa fazem mal para qualquer Partido.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Idenir. É muito importante ouvi-lo, porque, de fato, não há consistência nas
acusações colocadas à Prefeita.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia, minha colega de Partido, nossa
Presidente, eu também me solidarizo com o seu pronunciamento. Quero dar meu
testemunho: protesto contra a forma leviana - com interesses políticos - como a
Prefeita de Gravataí, Rita Sanco, está sendo tratada, porque não há uma única
base consistente, um único fato que possa fundamentar um processo para uma
cassação. Existem, sim, interesses e motivação políticos. Imagine se essa moda
pega: quem é maioria agora começa a cassar os que são diferentes, os que estão
em Partidos diferentes e os que pensam de maneira diferente. Isso é
inaceitável, é antirrepublicano, é autoritário e afronta a República e a
democracia que nós, com muito custo, construímos no Brasil! Obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Todeschini. Acho que V. Exª colocou em uma dimensão muito correta, porque aqui
tivemos tantas oposições e críticas ao Prefeito Fortunati, mas nunca levantamos
o tema da cassação, Ver. Brasinha, e poderíamos ter feito, dependendo, Ver.
Mauro Zacher, porque, se olharmos o que está colocado, ela é acusada inclusive
em relação a uma escola de Ensino Médio que virará uma escola técnica, mantendo
o atendimento de educação infantil, sendo que o Ensino Médio não é
responsabilidade do Município. Ela é acusada pelo seu Procurador, que poderia,
nesse tema, haver alguma nuance, mas o seu Procurador do Município tinha
trabalhos em conjunto com a sua filha, advogada, antes de ir para a Prefeitura.
Não há nenhum processo relativo à Prefeitura ou vinculado à Prefeitura; no
entanto, ele é apontado. Então, eu acho que é um desprestígio, Ver. Idenir
Cecchim; inclusive a Câmara Municipal não tem uma consistência para aplicar uma
cassação desta maneira, sem elementos suficientes para justificar técnica e
legalmente a cassação da Prefeita.
Encerro dizendo que a
minha homenagem aos professores tem como símbolo uma pessoa guerreira, ética,
professora estadual, a Professora Rita Sanco. Espero que amanhã se faça justiça
com a pessoa dela, que está fazendo bem a Gravataí e que tem um cuidado ético
muito grande. Apenas retaliação política não justifica o que a Câmara de
Vereadores de Gravataí está fazendo com essa professora e Prefeita.
(Não revisado pela
oradora.)
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario
Manfro está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
Antes de passarmos ao
período temático de Comunicações, quero apenas reforçar dois convites
relacionados à presença da Presidenta Dilma em Porto Alegre, no dia de amanhã.
Amanhã, às 14h30min, nós estamos convidados para a solenidade do anúncio do
projeto do metrô na Cidade de Porto Alegre, dentro do Programa de Aceleração do
Crescimento - PAC - na Mobilidade Urbana, com a presença da Presidente da
República, Dilma; do Governador do Estado e do Prefeito de Porto Alegre. Chamo
a atenção, porque passou para o horário da tarde o tema do metrô. Pela manhã,
às 10h30min, haverá o lançamento do Pacto Sul-Brasil sem Miséria, com a
presença dos Governadores da Região Sul e da Presidenta Dilma, aí, sim, no
Auditório Dante Barone. Então, de manhã, ficou o Brasil Sem Miséria, Região
Sul; à tarde, o grande tema do anúncio do metrô para a Cidade de Porto Alegre.
Passamos ao período
temático de
Neste momento,
convido para compor a Mesa conosco a Srª Betina Vollbrecht, Mastologista do
Centro da Mama da PUC/RS, um convite e uma sugestão do nosso cidadão emérito
Joaquim Clotet, do Conselho dos Cidadãos Eméritos, Reitor da PUC. Seja
bem-vinda, Srª Betina.
Eu quero, Betina,
antes de passar a palavra a ti, agradecer ao grupo de doutoras do nosso
Ambulatório a bela participação no Brique, ontem, toda a manhã, fazendo as
orientações e distribuindo a fitinha cor-de-rosa; orgulharam o trabalho desta
Casa. Às doutoras do Ambulatório o meu muito obrigada.
A Srª Betina
Vollbrecht, Mastologista do Centro de Mama da PUC, está com a palavra no
período temático de Comunicações.
A SRA. BETINA VOLLBRECHT: Boa-tarde a
todos, agradeço o convite e a oportunidade de estar aqui conversando com V. Exas
Sobre o tema “câncer de mama". Fui convidada, há umas duas semanas, e fui
questionada. A pergunta que me fizeram é sobre o porquê do alto índice do
câncer de mama em Porto Alegre.
Eu sou médica
mastologista do Centro de Mama da PUC e vou conversar com vocês algumas coisas
sobre isso. Este, então, é o programa que vocês devem ter recebido e sobre o
qual discutiremos algumas coisas. (Procede-se à apresentação de PowerPoint.) Em
primeiro lugar, eu apresento um mapa mundial mostrando a incidência de câncer
de mama na população. Quanto mais vermelho é o país, maior é a incidência de
câncer de mama. Então vemos o Brasil em laranja, mostrando que é um país que
tem uma incidência alta de câncer de mama, claro que perdendo para alguns
países ricos, principalmente para a Europa e para os Estados Unidos.
Olhando para o mapa
do Brasil, enxergamos que, quanto mais rosa estiver esse mapa, maior será a
incidência de câncer de mama. Então, se olharmos para esse mapa - são dados de
2010 -, a gente enxerga que toda a Região Sul tem a cor mais forte, ou seja,
tem maior incidência de câncer de mama. Se olharmos a incidência de câncer de mama
por Estados no Brasil, a gente só perde para o Rio de Janeiro, onde há uma
incidência de 97 casos para cada 100 mil mulheres, e aqui no Rio Grande do Sul
temos 85 casos. O dado é um pouco mais assustador, quando olhamos
especificamente as capitais. Há três capitais que estão em vermelho, as que têm
mais incidência de câncer de mama de todo o Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro
e, bem assinalado, Porto Alegre, onde temos uma estimativa de 128 novos casos
para cada 100 mil mulheres. Essas são estimativas para 2011. Então somos uma
das capitais onde mais ocorre câncer de mama em todo o Brasil. Por isso achei
que a pergunta feita foi bem pertinente, o motivo por que isso acontece.
Damos várias culpas
para isso: podemos culpar o chimarrão, talvez por isso acontece aqui, e não no
resto do País; a gente pode culpar o churrasco, porque as mulheres comem muita
carne e acabam tendo mais câncer de mama; a gente pode culpar as mulheres no
Rio Grande do Sul, porque trabalham demais, fazem muitas coisas e por isso,
talvez, tenham mais câncer de mama em relação ao Brasil; talvez, simplesmente,
porque nascemos aqui e tomamos a água daqui e talvez seja por isso que a gente
tenha mais câncer de mama; talvez seja culpa dos homens, que nos incomodam
demais, então a gente acaba tendo mais câncer de mama por causa disso, também
seria um dos motivos; então o culpado seria o gaúcho. Já houve até estudos
querendo mostrar que, na verdade, poderia ser culpa do salto alto, porque as
mulheres os usam por muito tempo, e talvez isso pudesse dar algum problema na
mama. E o outro culpado, que já foi por muito tempo, foi o sutiã; além de
gordura corporal, o sutiã já foi um grande problema. O sutiã foi culpado,
principalmente, quando se olhou o mapa-múndi e se viu que onde havia mais
câncer de mama era onde as mulheres usavam sutiã. Por exemplo, nos Estados
Unidos e na Europa há muito câncer de mama; na África, tem muito pouco câncer
de mama. Então a diferença básica entre as mulheres dos Estados Unidos e da
Europa e as mulheres da África é que as da África não usam sutiã; portanto, o
sutiã deve ser o culpado do câncer de mama. Claro que, além do sutiã, existem
milhares de outras coisas comportamentais nisso, milhares de coisas culturais
que diferenciam uma mulher que mora nos Estados Unidos de uma mulher que mora
na África.
Estamos no Rio Grande
do Sul, e o nosso foco é Porto Alegre. A gente sabe que a mulher tem diversas
funções na sociedade. Este é um retrato que acho bem interessante, que mostra
como é a mulher no Rio Grande do Sul. (Mostra gravura.) Para conseguir fazer
todas as funções, deveríamos ter mais ou menos uns cinco braços, para poder
cuidar dos filhos, cozinhar, lavar, passar, atender ao celular e ainda resolver
as coisas do trabalho. Então, teria alguma coisa focada na questão de estresse.
Vamos para os fatos:
quais são os motivos da maior incidência do câncer de mama em Porto Alegre? Nós
temos muito pouco trabalho científico sobre isso. Tudo o que apresentei para
vocês já foi levantado como suspeito, mas nada é cientificamente comprovado de
fato como motivo de termos mais câncer de mama do que as outras capitais do
Brasil. O que temos que associar? Temos que associar as características da
população de Porto Alegre com as características que conhecemos, que são bem
documentadas, para ter mais câncer de mama.
O que sabemos?
Sabemos que mulheres sem filhos ou com poucos filhos têm mais câncer de mama.
Sabemos que a natalidade por mulher é menor no Rio Grande do Sul, é menor em
Porto Alegre do que em outras capitais. Então, isso poderia ser um fato
culpado.
Outro fator de risco
importante é que sabemos que, se a mulher tem a sua primeira gestação depois
dos 30 anos, isso também é um fator que aumenta a chance de ela ter câncer de
mama. Hoje em dia, a mulher está saindo para estudar, para trabalhar e acaba
deixando a maternidade para depois. Isso também é uma característica da mulher
de Porto Alegre e também pode ser um dos motivos que fazem com que tenhamos
mais câncer de mama na nossa Cidade.
Não amamentar também
é um fator associado ao câncer de mama. Quanto mais a mulher amamentar, quanto
mais filho tiver e quanto mais tempo amamentar, menor será a chance de ela ter
câncer de mama. Sabemos que a amamentação acaba sendo um pouco prejudicada, e
isso talvez seja um dos fatores.
Depois, há a história
familiar de câncer de mama, ou seja, se temos uma geração que teve muito câncer
de mama, a tendência é que se continue tendo muito câncer de mama em Porto
Alegre. E a gente sabe que, à medida que a mulher envelhece, ela tem mais
chance de ter câncer de mama. Temos uma população extremamente idosa em Porto
Alegre e no Rio Grande do Sul, e esse fato também pode ser um dos culpados.
Esse dado é para
mostrar aquilo que eu falei antes, que, realmente, à medida que a mulher
envelhece, ela aumenta a chance de ter câncer de mama. A gente diagnostica um
caso de câncer de mama para cada duas mil mulheres com 30 anos, mas, quando a
gente chega aos 60 anos, vamos ter um caso de câncer de mama para cada 23
mulheres. Então, se olharmos esta tabela, vemos que vai aumentando muito a
incidência de câncer de mama à medida que a mulher envelhece. Se compararmos a
tabela do censo de 2000 com a de 2010, percebemos o quanto a população em Porto
Alegre tem envelhecido nesses dez anos. Se a gente comparar este dado da idade
de 60 anos ou mais, tínhamos 160 mil pessoas, e, agora em 2010, temos 211 mil
pessoas; então, tivemos um aumento de 32%. Então, a população está envelhecendo
e obviamente vai ter doenças que acometem a população idosa, entre elas o
câncer de mama.
A gente sabe que 14%
da população gaúcha tem mais de 60 anos e é mulher; então ela pode acabar tendo
câncer de mama. A gente sabe que Porto Alegre tem uma população idosa e, por
isso, há uma maior incidência de câncer de mama.
Apesar disso tudo,
sabemos que, nos países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil se inclui,
a mortalidade, a chance de morrer quando se faz um diagnóstico de câncer de
mama é muito alta. Temos uma tabela que mostra os dados de sobrevida, que é um
dos poucos estudos científicos que temos no Brasil, e mostrou que, quando uma
paciente faz um diagnóstico de câncer de mama no Brasil, 58% tem uma sobrevida
média de cinco anos. Se a gente olhar para países como Cuba e Estados Unidos,
eles têm uma sobrevida de 83%, 84%. Então, é muito melhor fazer o diagnóstico
de câncer de mama na Europa ou nos Estados Unidos a ter um diagnóstico de
câncer de mama no Brasil. Esse é um dado bem assustador se a gente comparar que
estamos quase iguais à Argélia, que é um país muito mais pobre do que o Brasil.
Então, alguma coisa a gente tem que fazer para melhorar esses resultados.
Alguma coisa a gente continua fazendo errado. Moramos em uma cidade que tem
muito câncer de mama, e as pessoas continuam morrendo muito por ter câncer de
mama.
Basicamente, temos que
fazer quatro coisas para tentar melhorar esses resultados na nossa Cidade: dar
informação para a população é muito importante, é o que vocês estão tentando
fazer com este movimento, tentando se engajar no Outubro Rosa; fazer
rastreamento por mamografia, porque não temos nenhum outro exame no mundo que
seja melhor para diagnosticar câncer de mama do que a mamografia. Existem
milhares de exames mais modernos, mas nenhum conseguiu comprovar que é melhor
que a mamografia. Acho que, quando fazemos o diagnóstico, temos que conseguir
fazer um tratamento adequado, tanto cirúrgico, como radioterápico, quanto
quimioterápico. E a gente, claro, precisa conhecer essa doença aqui, na nossa
Cidade.
Este fôlder - vocês
devem ter recebido não sei se por e-mail,
ou vão receber impresso - cumpre com o primeiro objetivo que a gente tem, que é
informar a população para que ela conheça a sua mama, veja se há alguma
alteração e sempre procurar o médico quando houver alguma alteração.
Continuando a
pergunta “Como melhorar os resultados?”, há a questão da mamografia. É muito
controversa a questão de quando iniciar a mamografia, especialmente em nível de
Saúde pública. No Brasil, a gente acaba fazendo muita mamografia em uma pequena
parte da população, e uma grande parte da população acaba nunca fazendo esse
exame. A Sociedade Brasileira de Mastologia orienta que a mamografia comece a
ser feita a partir dos 40 anos e que seja feita uma vez por ano. A gente sabe
que isso, no Brasil, é extremamente difícil de acontecer; então, a ideia é
começar a fazer o exame entre os 40 e 50 anos, faça-se mais espaçado e, depois,
mais continuamente.
Aqui mostra um pouco
como é feito o exame. Este aqui é um slide
bem ilustrativo. Esta mama é da mesma paciente, uma mamografia feita com dois
anos de diferença. Na primeira mamografia, que era de qualidade ruim - é um
problema que ocorre -, a gente tem uma lesão, que está sinalizada por uma
flecha. Muitos de vocês não devem nem estar enxergando. Se a gente olhar a
outra mamografia, de dois anos depois, da mesma paciente, que não fez nenhum
tipo de tratamento, vai enxergar um tumor, que é aquela mancha branca. É um slide importante para mostrar que a
gente tem como diagnosticar com um exame de mamografia uma lesão pequena, para
começar a fazer o tratamento adequado.
Então, frisando
novamente: a mamografia é o exame de escolha, que deve iniciar com os 40 anos,
e temos de ver algum programa para as mulheres de alto risco, para as mulheres
que tiveram algum familiar com câncer de mama.
Quanto aos hábitos de
vida, não existe absolutamente nada cientificamente comprovado. Nós podemos
continuar comendo churrasco, podemos continuar tomando chimarrão. Teoricamente,
isso não tem nenhuma influência, ou seja, não é o motivo para que venhamos a
ter mais câncer de mama.
Nós sabemos que não fumar, para diversas neoplasias, para diversos cânceres, é importante, inclusive para o câncer de mama; que manter peso corporal é importante para doenças cardíacas, neurológicas e, inclusive, para tentar evitar câncer de mama; que devemos realizar exercícios físicos regularmente e que o ideal é que tenhamos uma dieta rica em frutas, legumes e verduras.
Quanto ao tratamento,
eu só queria dizer que o que temos para tratar o câncer de mama, aqui em Porto
Alegre, nos Estados Unidos ou na Europa, é a mesma coisa, temos condições de
dar o mesmo tipo de tratamento. O tratamento básico inclui cirurgia,
radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia alfa.
Nós evoluímos muito
nesses anos. Essa aqui é uma modelo americana (Mostra PowerPoint.)
que teve câncer de mama em 1980. Ela fez uma mastectomia, que era o
tratamento padrão, na época. Depois disso, ela ficou muito revoltada com o
tratamento que fez e acabou fazendo fotos e publicando-as. Então, esta é uma
foto bem conhecida de uma paciente que teve câncer de mama e resolveu mostrar
isso, em 1980. Isso já faz alguns trinta anos. E, hoje em dia, em 2011,
conseguimos tratar uma mulher com câncer de mama com muito menos mutilações do
que se fazia naquela época.
Então, para
finalizar, são as mesmas mensagens que foram elaboradas pelo grupo de vocês:
para prevenir, não devemos fumar, temos de ter uma dieta balanceada, fazer
exercício e tentar uma mamografia a partir dos 40 anos. Era isso o que eu tinha
para conversar com vocês. Muito obrigada. Estou à disposição para perguntas.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Drª
Betina. Eu gostaria da sua presença na Mesa.
Os Vereadores podem
se inscrever no período temático de Comunicações. Se quiserem fazer alguma questão
mais curta, o microfone de apartes está disponível como, também, as questões
por escrito do auditório. Contamos com a presença do nosso grupo da jardinagem,
aproveitando esta palestra tão importante.
Quero registrar o
nome das nossas médicas e da auxiliar em enfermagem que se envolveram no
planejamento deste Outubro Rosa: a Drª Rosa Harzheim, a Drª Sandra Keskinof, a
Drª Maria Helena Vieira e a Maria Isabel Gamallo, Auxiliar de Enfermagem; a
Rosana Bonna, do gabinete, e a Rosi, da Taquigrafia, da compilação das Leis,
que nos trouxe as sugestões e fez a intermediação.
O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, quero saudar a Drª Betina, que é do Centro
da Mama da PUCRS, e as demais pessoas que acompanham este pequeno espaço onde
se discute questões da mais alta relevância, como o que tão bem nos traz a Drª
Betina, com uma bela palestra.
Quero lembrar, aqui,
a figura de uma grande médica, a Drª Maira Caleffi, que tem toda uma história
de luta na defesa do Outubro Rosa.
Vossa Senhoria
elencou possíveis causas, dentre tantas. Por outro lado, não se tem, como muito
bem colocou V. Sa, uma causa, por assim dizer, responsável ou mais
responsável pela eclosão do câncer de mama. Por outro lado, é trazido aqui que
a cidade de Porto Alegre tem a maior incidência do câncer de mama. Isso
preocupa, assim como o sistema que nós temos, o sistema público de saúde. Por
mais que se façam esforços, principalmente para as populações pobres, as
dificuldades são grandes na questão do atendimento, diagnóstico, etc., mas, de
qualquer forma, movimento como este que vai se fazer e já está se fazendo, o
Outubro Rosa, é um instrumento importante.
Vossa Senhoria
colocou, com muita proficiência, a questão da prevenção. Vamos admitir que a
mulher estivesse, por fatores que ainda não se levantaram suficientemente,
condenada ao câncer de mama, como o homem ao câncer de próstata... Então, deixa
claro, fica, vamos dizer assim, demonstrado, à toda luz e à toda prova, que a
prevenção, a luta e a busca permanente da prevenção são o caminho.
Acho que uma reunião
como esta, com a oportunidade que se tem também, através da TVCâmara, de
transmitir a milhares de pessoas, é um momento extremamente importante, porque
chama a atenção da população, principalmente da feminina, de que precisamos,
exatamente, de políticas preventivas, porque o câncer tem cura, sim, se for
tratado no devido momento, com a devida prevenção.
Quero assim desejar
que nem o chimarrão nem o churrasco, coisas tão nossas, tenham a ver. De
qualquer forma, é uma colocação dentre aquela grande lista de possibilidades,
mas eu quero afirmar aqui que o nosso churrasco, o nosso chimarrão, embora a
hipótese, não acredito que possam afetar, já que constituem algo nosso.
Portanto, eu reitero a nossa saudação à bela palestra de V. Sª, que nos trouxe
dados significativos e, também, pela forma como V. Sª colocou à compreensão de
todos aqui e de todas as pessoas que vão assistir pela televisão, pelo canal da
Câmara, a sua manifestação e a sua palestra. Meus cumprimentos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Toni Proença,
Presidente dos trabalhos; cara Drª Betina Vollbrecht - perdoe, em sobrenome
germânico, sou pouco versado.
Drª Betina,
fundamentalmente eu quero saudá-la de uma forma até muito carinhosa, porque eu
vi ontem, lá no Parque Farroupilha, no lugar do Brique da Redenção, um fato que
me deixou muito satisfeito. Eu vi quase que integralmente o corpo médico da
Casa, várias colegas suas que trabalham aqui na Casa, mobilizadas, fazendo a
integração da Câmara Municipal, no seu primeiro momento, com o Outubro Rosa.
Essa programação, desde 1997, nos Estados Unidos, vem sendo desenvolvida.
Eu sou rotariano e
tenho muito orgulho de ter, ao longo do tempo, participado de uma campanha que
envolveu o Rotary em todos os quadrantes do mundo no combate à poliomielite, no
Programa Pólio Plus, com sucesso indiscutível, especialmente no Brasil, onde a
erradicação é um fato. Hoje, há pequeníssimos resquícios, porque houve uma
conscientização da vacinação, um trabalho muito bem montado, com um
voluntariado muito forte que os rotarianos, mundialmente, organizaram numa
grande rede, fazendo com que se chegasse a bons resultados e que esses
resultados pudessem ser festejados.
Então, hoje, quando
eu a ouço da tribuna, expondo o problema de uma forma bastante didática, eu
observo que Porto Alegre, através da Pontifícia Universidade Católica, do
Instituto que V. Sª dirige, também se integra nesse trabalho, nessa
movimentação, cujos resultados muito cedo nós vamos colher de forma positiva.
Quando a senhora comparece a esta Casa, no segundo momento da atuação e da
integração da Câmara ao mês de prevenção do câncer de mama, eu quero
cumprimentá-la e dizer que, aqui na Câmara de Vereadores, especialmente pela
atuação das nossas médicas, das nossas colaboradoras da área da Saúde, os resultados
já começam a frutificar.
Durante todo o dia de
ontem, eu fiquei com aquela fitinha rosa na lapela, como vários colegas assim o
fazem neste momento, e para todos eu era obrigado a explicar. Eu saí do Brique
da Redenção, fui almoçar e depois fui ao jogo de futebol do meu Grêmio,
derrotado no dia de ontem; lá todos me perguntavam o porquê daquela fita rosa,
e não azul. Aí eu expliquei, e o que poderia gerar uma atitude até menos
simpática da parte dos torcedores foi logo muito bem acolhido, o que é mais um
sintoma de que o movimento, a atuação e o Outubro Rosa começam a obter os seus
primeiros grandes resultados. Prossiga e saiba que, aqui na Câmara de
Vereadores, há muitas mulheres engajadas e muitos homens solidários.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra no período temático de Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença, venho rapidamente cumprimentar o trabalho da Drª
Betina e o trabalho do Outubro Rosa, bem como da Drª Rosa, da equipe que tem
feito um trabalho de divulgação aqui, de engajamento da Câmara Municipal nas
campanhas que são realizadas sistematicamente pelo Imama e por uma série de
instituições que contribuem para mudar a realidade de informação a respeito do
câncer de mama em Porto Alegre. Acho que é muito salutar o fato de a Câmara de
Vereadores ter se engajado nessa causa, porque, certamente, isso ajuda a
socializar as informações. Eu queria cumprimentar o seu estudo, Drª Betina, porque,
de fato, é elucidativo sobre uma série de causas que podem contribuir para que
Porto Alegre seja a Capital do Brasil com maior incidência de câncer de mama. O
Estado é o segundo maior. De fato, os dados são assustadores para nós que
estávamos prestando atenção à sua apresentação, pois mostram o desafio que a
população e principalmente o Poder Público e as entidades comprometidas têm, na
nossa Capital, para dialogar e, sobretudo, para buscar mudar esse índice.
Sobre as
características que foram levantadas, parece-me que a linguagem do teu
PowerPoint é muito interessante, muito bom para dialogar nas escolas, dialogar
com as adolescentes, dialogar com as pessoas, mostrando, ao mesmo tempo, as
nossas características, brincando com o que é ser gaúcho, mas levantando os
dados que são fundamentais para se pensar de que modo se pode avaliar esse
aumento do número de incidências de câncer de mama na nossa Capital.
E eu queria
contribuir também para o nosso debate, falando dos enormes desafios do Poder
Público nos investimentos no Sistema Único de Saúde. Nós temos um modelo de
Saúde avançado, fruto da luta dos médicos sanitaristas, da sociedade, que, na
época da Constituinte, se mobilizaram para que hoje houvesse este conceito de
Saúde, que é o SUS. Mas, ao mesmo tempo em que temos no Brasil um conceito de
Saúde como o do SUS, temos as tentativas cada vez mais concretas de
desmontá-lo. Recentemente foi votada na Câmara dos Deputados a Emenda
Constitucional nº 29, e já temos a promessa do Presidente do Senado de que não
vai priorizar uma Emenda que garantiria 10% dos recursos da União para a Saúde,
que vincularia os 12% dos recursos do Orçamento dos Estados para a Saúde; e
manteria os 15% dos Municípios, porque, via de regra, os Municípios cumprem;
quem não cumpre são os Estados e a União.
Nós também vivemos,
Drª Betina, num dos Estados que menos investem em Saúde, em todo Brasil. No ano
passado, se não me engano, perdeu só para o Piauí; e, neste ano, os
investimentos em Saúde não chegam sequer perto dos 12%. Digo isso porque é um
desafio para que possamos ter um atendimento mais rápido para as mulheres que
identificam, através da mamografia, a incidência de alguma lesão que possa ser
caracterizada como câncer de mama e que tenham que operar e, depois, fazer a
quimioterapia, a radioterapia, enfim, dependendo do grau do câncer.
Penso que nós, como
sociedade civil, como Câmara e Poder Legislativo, temos que nos somar a essa
questão da informação à população, que foram as duas primeiras partes da tua
apresentação, o que é fundamental, sem sombra de dúvidas. Daqui para frente,
temos que ajudar o Outubro Rosa e seguir na campanha de publicações de
materiais que ajudem a socializar essas informações: o rastreamento por
mamografia e, sobretudo, o tratamento adequado. Lutar para que haja condições
de ter um tratamento adequado também é um desafio do Poder Legislativo,
buscando o aumento das receitas para a Saúde e uma Saúde de melhor qualidade
para a população.
Então, eu queria te
cumprimentar pelo teu trabalho. Gostei imensamente da tua apresentação, foi
muito esclarecedora, e acho que, certamente, ela ajuda muito neste desafio de
informar melhor a população.
Encerro,
cumprimentando o Sindicato dos Artistas, que está aqui presente e que tem feito
uma luta importante em defesa da vinculação dos recursos do Funcultura, assim
como manda os 3% do Fundo de Participação dos Municípios, e que seja equiparado
ao Funproarte. Eu quero cumprimentá-los pela luta e dizer que podem contar com
o nosso apoio, porque, para que haja verbas para a cultura, é fundamental o
engajamento. Podem contar conosco! Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Lurdes
da Lomba está com a palavra no período temático de Comunicações.
A SRA. LURDES DA LOMBA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras; Drª Betina, quero parabenizar o
empenho dessa profissional por essa campanha. Nós nos empenhamos tanto em
campanha, mas eu acredito que o trabalho de vocês é no dia a dia, sem parar. Eu
quero dizer que me somo, trabalhando, lá na base, junto com os PSFs, junto com
as agentes de saúde, que fazem um trabalho de prevenção; tentam fazer, mas
ainda falta muito para nós, mulheres e homens, na política da Saúde, na saúde
da mulher. Eu quero dizer, Doutora, que me chamou atenção o quarto item desse
panfleto (Mostra panfleto.), que diz assim (Lê.): “Se encontrar algum caroço ou
observar alguma alteração na mesma, procure imediatamente um mastologista”. Aí
é que está o problema da nossa Saúde de Porto Alegre. Falta muito para a Saúde
de Porto Alegre ter um atendimento de qualidade. Eu sempre digo: Saúde e
Educação viraram mercadoria neste País. Se tiver um plano de saúde, naquele
momento em que a mulher identifica alguma diferença, tu podes ter certeza,
imediatamente será agendada uma consulta para ela. As nossas mulheres que
dependem de uma consulta no PSF, quando precisam de um exame mais profundo,
aquele tumor, Doutora, vai estar muito avançado.
Então, a cada dia,
meu Presidente, a cada dia nós nos preocupamos mais, sim. E temos, aqui nesta
Casa, a cada dia, não só no mês de outubro, o Outubro Rosa, que nos empenhar
nessas campanhas, no trabalho desses profissionais e na responsabilidade de
cada um de nós de trabalhar para a saúde da mulher, inclusive contra o câncer
de mama. E tem outro problema, Doutora, em que ainda falta avançarmos: as
mulheres têm medo quando se fala em câncer de mama. Muitas delas têm medo de
morrer, de deixar os seus filhos pequenos. Há casos que ocorreram, inclusive na
região onde morro. Os agentes de saúde e nós, como lideranças da região,
tentamos falar com essas mães, e, quando a gente vai ver, o quadro é bem mais
grave, sendo que poderia ser evitado.
Falta muito ainda
para ser investido neste País e em Porto Alegre com relação à política de saúde
para a mulher. Digo não ao câncer de mama. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Estamos no
período temático de Comunicações, tratando hoje do tema Outubro Rosa.
O Ver. Dr. Raul
Torelly está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Ver. Toni Proença, na
presidência dos trabalhos, Drª Betina, que nos visita trazendo informações tão
preciosas, na condição de médico e de Vereador, temos essa convivência com o
câncer, com a saúde da mulher, com a saúde do homem, há 30 anos, pelo menos, e
acompanhamos, ao longo do tempo, a triste evolução do câncer de mama na nossa
Cidade e no nosso Estado, porque, infelizmente, essa é uma doença que depende
muito da prevenção. Como tudo o que depende de prevenção, essa é uma questão
permanente, pessoal, e a prevenção não se impõe para as pessoas. Não é falta de
prevenção apenas de pessoas de classe humilde; é falta de prevenção em geral.
As pessoas, muitas vezes, temem a doença e, em função disso, acabam não se
prevenindo, acabam criando um ciclo vicioso negativo, só identificando o
problema, muitas vezes, quando ele já tem uma magnitude, quando já deveria ter
sido resolvido e tratado. Eu tenho tido a oportunidade de acompanhar, por
muitos anos, o trabalho da colega Maira Caleffi, do Imama, que todos aqui devem
conhecer também, que foi inclusive minha contemporânea de banco de faculdade,
na UFRGS - lá se vão alguns anos -, e sei da sua dedicação, do seu empenho,
muito especialmente na questão da mamografia. Os clubes de serviços - aqui foi
citado o Rotary, mas também o Lions, do qual eu faço parte - e toda a sociedade
em geral, os próprios chefes de cozinha de Porto Alegre, fazem um evento que é
justamente para a arrecadação, para que se consiga fazer um trabalho melhor
nessa área, e isso deu margem à criação do “mamamóvel”, de cuja inauguração eu
tive a oportunidade de fazer parte há uns três anos, na Ilha da Pintada, o
primeiro mamógrafo móvel, dentro de um ônibus, mas isso é muito pouco em
relação ao que é a necessidade real da população. Aqui foi falado, e muito bem,
de ações preventivas que devemos tomar não apenas para doenças como o câncer de
mama, mas para qualquer doença crônico-degenerativa, que é o caso da boa
alimentação, do exercício físico adequado, do não fumar, que são ações que
todos nós, no nosso dia a dia, devemos procurar levar para os nossos e para nós
mesmos.
Então, quando
debatemos a questão doença, muito especialmente depois dos 40 anos, nós sabemos
que o combate à progressão das doenças passa por uma condição de qualidade de
vida melhor, ou seja, pela diminuição do estresse, pela menor ingestão de
gorduras, pelo exercício moderado, pelo não fumar, pelo não comer excesso de
doces, enfim, sabemos que temos todos que lutar para que possamos avançar. E
temos a mamografia como fundamental na identificação e no acompanhamento do
câncer de mama.
Queremos ressaltar
que somos parceiros aqui, nesta Câmara Municipal, para as ações e para o que
pudermos ajudar neste sentido, como já iniciamos, inclusive, neste ano, estamos
unidos no sentido de que, assim como nos preocupamos muito com a saúde da
mulher - eu, de forma especial, com o planejamento familiar na Cidade, pois é
uma lei de minha autoria que criou o Centro Municipal de Planejamento Familiar,
hoje funcionando no Hospital Presidente Vargas -, também nos preocupamos com a
saúde do homem, muito especialmente com as questões que envolvem a próstata.
Então, eu acho muito
importante que esses assuntos sejam debatidos, sejam veiculados e que nós possamos
intervir positivamente, permanentemente, para que avancemos na questão da saúde
da população. Muito obrigado; saúde para todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Toni
Proença, na presidência dos trabalhos; minha cara Betina, quero saudar todos
aqueles do Imama, que têm lutado tanto por divulgar a problemática do câncer de
mama. Parodiando os revolucionários da Revolução Russa, que sempre diziam que
outros outubros virão, nós vamos insistir nessa questão: outros outubros virão,
e nós continuaremos apoiando e martelando sempre na mesma tecla, falando da
importância de fazermos essas campanhas, e eu espero que outras instituições
também. Hoje mesmo, pela manhã, eu vi uma instituição privada, no Centro de
Porto Alegre, bem na área central de Porto Alegre, com um grande chamado para o
Outubro Rosa. A nossa Câmara está engalanada, está participando ativamente, e
nós temos divulgado também, através das mídias que temos à nossa disposição, um
conjunto de dicas para que as mulheres sejam incentivadas a fazer periódicos
exames, que não se acomodem e vão à luta, para que possamos garantir, sim,
também na rede pública de Saúde, todo o tratamento, todas as condições
adequadas.
Portanto, é muito bom
o trabalho a ser desenvolvido pelas instituições que estão mais diretamente
vinculadas ao tema, especialmente o Imama, que tem trabalhado tanto por essa
questão. E, como disse o Ver. Dr. Raul, aqui na Câmara Municipal, nós estamos
juntos nessa mesma luta. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente,
Ver. Toni Proença; nossa ilustre convidada, eu acho que é de fundamental
importância nós abordarmos a questão do câncer de mama; eu acho que não só a
questão do câncer de mama, como a questão do câncer do colo uterino, em função
de, efetivamente, serem as duas patologias, talvez, de maior prevalência em
mulheres dentro desse quadro de neoplasias.
Quero aproveitar este
espaço - sei que isso já foi falado - para enfatizar algumas coisas que,
efetivamente, como gineco-obstreta, preocupam-me muito. A primeira questão se
refere ao efetivo cuidado com os fatores de risco vinculados ao câncer de mama.
Sem dúvida nenhuma, o hábito de fumar é um catalisador identificado nesse
processo, e a história familiar, ou seja, pessoas que têm na sua família lesões
malignas ou pré-malígnas, têm, efetivamente, que ter um cuidado maior com
relação ao câncer de mama.
Também quero
enfatizar essa, que é a prevenção primária, mas também a prevenção secundária,
que se refere ao autoexame de mamas. Já que temos a oportunidade de mostrar
isso pela TVCâmara, esse é um exame que deve ser feito após a menstruação, com
a colocação de uma das mãos atrás da cabeça e o palpar de toda a mama com a mão
oposta, e o outro lado também fazê-lo. Esse autoexame de mama, pela literatura,
acaba por identificar patologias mamárias potencialmente curáveis. Algumas
populações treinadas e mais cuidadosas conseguem identificar lesões com cerca
de dois centímetros, e isso, muitas vezes, acaba sendo a diferença entre a vida
e a morte dessas mulheres jovens, hoje em dia. Quando falamos da faixa etária
de câncer de mama, a gente fala de 40, 50, 60 anos, que, no nosso perfil, são
pessoas efetivamente jovens. Então, há a necessidade do autoexame.
Quero lembrar também
que câncer de mama dá também em homem, Ver. DJ Cassiá. Câncer de mama dá em
homem! Um por cento dos cânceres de mama é em homens, homem também tem glândula
mamária, apesar de, às vezes, ser atrofiada.
Além do autoexame de
mama, é fundamental que, a partir dos 40 anos - a literatura se divide
bastante, alguns falam em 40, outros falam em 50 anos -, para a nossa
população, que tem uma alta taxa de prevalência de câncer de mama, devemos,
sim, fazer mamografias primeiro anuais, até que, efetivamente, o acompanhamento
possa nos mostrar que o espaçamento dessas mamografias pode ser maior. Falo,
então, em tudo isso, na prevenção.
Acho que a Cidade tem
avançado bastante no que se refere ao tratamento, mas muita coisa nós devemos e
temos que avançar ainda.
Acho que nossos
ambulatórios de oncologia, principalmente de oncologia mamária, Ver. Dr. Raul -
refiro-me diretamente aos ambulatórios do Município e falo objetivamente do
Hospital Presidente Vargas -, têm que ter, assim como deve haver no
Planejamento Familiar, uma porta aberta para as comunidades. O câncer de mama,
efetivamente, não pode esperar a marcação da Unidade de Saúde, que melhorou
muito, e nós podemos observar, nas Unidades de Saúde, pelo sistema Aghos - Sistema de Administração Geral dos
Hospitais -, que melhorou muito, mas, efetivamente, ainda precisa dar um salto
maior de qualidade. Sr. Presidente, meu tempo acabou. Posso continuar falando
em nome do Ver. Mauro Zacher, que pediu, inclusive, que eu falasse em seu nome?
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Thiago Duarte continua a sua manifestação no período
temático de Comunicações, a partir deste momento, por cedência do Ver. Mauro
Zacher.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado. Falo
também em nome do Ver. Mauro Zacher, do Ver. Mario Fraga, do Ver. Luciano
Marcantônio e de toda a Bancada do PDT, que têm essa preocupação muito pujante.
Efetivamente, temos, Ver. Dr. Raul, que avançar também no diagnóstico precoce
da patologia, avançar na questão do tratamento cirúrgico, para que isso seja
uma efetiva prioridade, e, para isso, nós precisamos ampliar o nosso acesso,
principalmente aos grandes serviços de referência que já temos no Município
como, por exemplo, ao Hospital Presidente Vargas, e é essa a demanda que eu
trago aqui.
Nós temos, na
Comissão de Saúde, a data programada, pautada inclusive por mim e pelo Ver. Dr.
Raul, de discussão da questão dos fluxos das patologias mamárias. E a demanda
que mais nos sensibiliza, efetivamente, é quando se tem uma dificuldade de
acesso, e a proposta - que já foi dada aqui pelo Dr. Raul, no que se refere ao
planejamento familiar, e que este Vereador está dando no que se refere à
questão da mama - é que se tenha um acesso direto das pessoas, um fluxo direto,
e, para isso, podem ser utilizados os recursos públicos municipais, o Hospital
Presidente Vargas, que tem toda a expertise
para fazer esse tratamento, o mais amplamente possível, fazendo com que a gente
possa diminuir as mortes por câncer de mama.
Então, as grandes
questões são estas, a questão da prevenção primária, a prevenção secundária com
a mamografia, o autoexame e o tratamento precoce, sem dúvida alguma, com a
biópsia e com a posterior cirurgia nos casos em que realmente for necessária.
Se nós conseguirmos êxito nesta situação de tratamento precoce, de prevenção
efetiva, certamente nós vamos diminuir as mortes por câncer de mama,
principalmente no nosso Estado, que acaba sendo um infeliz campeão nessa
patologia em relação ao resto do País. É claro que nós temos que levar em conta
que o Rio Grande do Sul só é campeão de câncer de mama, porque as pessoas
acabam sobrevivendo para ter câncer de mama. Infelizmente, em alguns outros
Estados da Nação, não se tem a oportunidade de se ter câncer de mama, porque há
uma alta mortalidade infantil, e as pessoas acabam morrendo antes. Mas é
importante que, agora, definitivamente, a gente possa avançar no sentido de
proteger as nossas mulheres. Falo isso com uma sensação muito forte, porque, na
periferia da Cidade, Ver. Toni Proença - o senhor, que milita muito na
periferia da Cidade e observa também isto -, a grande maioria das famílias é
chefiada por mulheres. Está aí o Ivo, que conhece bem essa realidade, que
milita principalmente ali no Parque Belém, hospital que tem uma excelente linha
de referência para tratamento de patologia mamária, com o Núcleo Mama. Então, é
muito importante que nós possamos proteger e prevenir essas mulheres; nós vamos
estar, assim, protegendo, prevenindo e cuidando das famílias, vamos ter
gerações e gerações mais alinhadas com a figura materna.
Acho que é isso, Sr.
Presidente. Em resumo, na nossa humilde ótica, as questões mais importantes
vinculadas ao câncer de mama são essas, e eu acho imperativo que a gente possa,
junto à Secretaria Municipal de Saúde, buscar uma forma de essas pacientes
acessarem o sistema de saúde de forma direta, para, efetivamente, receberem um
tratamento mais precoce. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Drª Betina, eu ouvi atentamente a sua explanação de quem entende,
de quem trabalha, de quem se dedica, de quem quer a prevenção. Ouvi o Dr.
Thiago, o Dr. Raul, que são médicos; ouvi todos os Vereadores. me pronunciar
como alguém que teve um familiar muito próximo com esse problema, teve câncer
de mama e a morte por câncer de mama. O apelo que faço aqui é para que as
pessoas evitem o sofrimento dos familiares ou das próprias pessoas que acabam
tendo esse câncer de mama e que, muitas vezes, não conseguem contornar a
doença; que façam essas campanhas, que participem delas, como se está fazendo
neste Outubro Rosa, para chamar atenção e para que as pessoas ajudem; que as
mulheres da casa e as mulheres em geral façam essa campanha permanentemente,
para evitar sofrimentos. Primeiro, para evitar ou contornar a doença, evitar o
sofrimento dos familiares, dos amigos, das pessoas que perdem pessoas próximas
por não terem conseguido dar a volta ou curar a doença, a qual tem um índice
muito grande de cura se diagnosticada no início, se feito o tratamento
adequado, como tem que ser feito. Então, eu queria dizer que nós temos todos a
obrigação de manter uma campanha permanente, que o outubro seja rosa, que o
novembro, que o dezembro, que o janeiro e que todos os dias do ano sejam
lembrados para que se faça a prevenção. E na prevenção, temos que agradecer às
pessoas abnegadas como a senhora, Doutora, e todas as pessoas que fazem
campanhas e que emprestam o seu conhecimento para salvar vidas, para evitar que
a doença fique perigosa, para que se possa fazer o tratamento enquanto há
tempo.
Então, muito obrigado
por essa dedicação da senhora e de muitos profissionais - muitos médicos,
enfermeiros, muitas pessoas que se dedicam a isso. Quero agradecer e fazer um apelo
para que todos façam essa campanha do Outubro Rosa, e que o ano todo seja rosa,
para cuidar das nossas mulheres, para que elas permaneçam com saúde. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Srª Betina
Vollbrecht está com a palavra no período temático de Comunicações, para suas
considerações finais.
A SRA. BETINA VOLLBRECHT: Eu acho que
todo o mundo tem que levar como mensagem - e, se todo o mundo sair daqui com
esta mensagem, já fico satisfeita - que temos que prevenir câncer de mama, que
temos de fazer mamografia. Essa é a melhor maneira que temos de diagnosticar
precocemente, para conseguir tratar. Em nível de Saúde pública, eu trabalho no
Hospital da PUC, faço três ambulatórios, onde atendo pacientes do SUS. Isso eu
já faço há bastante tempo, desde a minha residência e quando da minha formação
como mastologista, e sabemos que as coisas não são fáceis, que não conseguimos
exame quando gostaríamos; não conseguimos, às vezes, operar da melhor maneira
possível, mas, assim como eu falei na palestra, eu acho que temos todas as
condições. Pelo menos no hospital onde trabalho, eu consigo ainda dar, pelo
menos para as pacientes que conseguem chegar lá, um tratamento igual, como se
elas estivessem em outro país, e é isso o que, realmente, nos deixa feliz. Dou
parabéns a todos vocês por essa iniciativa; que vocês continuem divulgando o
câncer de mama, e que ele possa, cada vez mais, ser diagnosticado precocemente.
Eu gostaria de dizer
uma coisa que o Ver. Dr. Thiago nos falou no início: existem dois exames, em
toda a Medicina, que conseguem mudar a mortalidade. Esses dois exames, graças a
Deus, são em mulheres, e são o preventivo de câncer de colo de útero e a
mamografia. São os únicos exames cientificamente comprovados que mudaram
mortalidade. Exame de colesterol, hemograma, raios X, nenhum deles mostrou
mudar a mortalidade de uma população. Colo de útero, fazendo o pré-câncer, muda
a mortalidade; e mamografia, diagnosticando precocemente, muda a mortalidade.
Então, esses são dois exames muito importantes para a população, porque a gente
consegue mudar e melhorar sua qualidade de vida. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Drª Betina,
muito obrigada pela sua presença. Para darmos sequência a todo este debate
realizado aqui - eu me retirei para resolver várias questões, e uma parte delas
diz respeito a ele -, eu gostaria de sugerir ao nosso gabinete médico que esse
material se transforme numa pequena cartilha que possamos ter permanentemente. É
um material simples, pequeno, e que o levemos para o Câmara na Comunidade, que
o tenhamos na Ouvidoria no Mercado o tempo inteiro, e que possamos seguir, além
de outubro, fazendo a conscientização para a prevenção, o que me parece, tendo
ouvido todas as falas, ser o caminho.
Claro que temos
questões a colocar para o SUS, para o atendimento da população pelo SUS.
Sabemos quantas pessoas ficam aguardando por exames por muito tempo, mas o tema
da prevenção vai fazer com que esse tensionamento das mulheres sobre o
atendimento aconteça, porque, às vezes, nem isso acontece, por não haver a
prevenção e a identificação de pequenos nódulos. Então, para as meninas, fica a
tarefa de termos o material permanente. A nossa Ouvidoria sempre tem Vereador
para que possamos trabalhar com todo o nosso material.
Drª Betina, muito
obrigada. A TVCâmara está transmitindo a Sessão ao vivo, e, em outro momento,
ela será reprisada, o que também é uma forma de chamarmos a atenção para o
tema.
Informo também aos
Srs. Vereadores que o Prefeito Municipal encontra-se, neste momento, no Salão
Nobre desta Casa, para fazer a entrega do Orçamento do ano de 2012, para o que
agora nos deslocamos. Obrigada pela presença de todos vocês.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 17h7min.)
* * * * *